A homeopatia, frequentemente considerada uma forma complementar de medicina para humanos, também oferece soluções promissoras para o tratamento de animais. Essa terapia alternativa pode ser administrada ao pet em qualquer momento da vida, para qualquer animal e para diferentes tipos de problema, proporcionando uma abordagem mais holística e personalizada para o bem-estar do pet.
Segundo a médica-veterinária, Gabriela Pires Crispim, especialista em felinos e medicina homeopática
do Hospital Veterinário Taquaral, em Campinas, é muito comum tutores recorrerem a homeopatia depois que os recursos da alopatia parecem ter se esgotado. Outra motivação é dar mais qualidade de vida ao animal que está com o estômago frágil de tanto já ter recebido outras medicações. Ou ainda, como tratamento paliativo nas últimas fases da vida do paciente. “A homeopatia pode ser procurada em qualquer momento e para qualquer condição, não apenas como última opção”, reforça.
A especialista ressalta ainda que a homeopatia e a alopatia podem trabalhar em sinergia, com a comunicação entre os veterinários especializados para oferecer o melhor plano de tratamento.
Um dos grandes benefícios da homeopatia é a ausência de efeitos colaterais significativos. “Se percebermos que o tratamento não está tendo o efeito desejado, simplesmente podemos interrompê-lo sem riscos para o animal”, afirma ela.
Alopatia e homeopatia
A veterinária Gabriela explica que a alopatia, ou medicina convencional, baseia-se na supressão dos sintomas usando medicamentos que produzem efeitos opostos aos sintomas da doença. “Já a homeopatia se apoia na ativação dos sistemas de cura do corpo, usando substâncias que em pequenas doses podem induzir sintomas semelhantes aos da doença”. De acordo com a veterinária, a abordagem alternativa é baseada no princípio de “semelhante cura semelhante”, e cada tratamento é altamente individualizado, considerando aspectos físicos, emocionais e mentais do animal.
Assim como a consulta com um médico homeopata para humano, a primeira visita ao veterinário especializado tem duração de uma hora ou mais. Além do exame clínico, o homeopata veterinário conversa com o tutor para conhecer a rotina, a personalidade, medos, hábitos e tudo o que envolve o animal para então indicar uma “medicação de fundo”, isto é, a medicação que mais se assemelha
às características do paciente. A repertorização (anamnese) também tem o objetivo de identificar os impedimentos à cura e tirar os empecilhos do alcance do pet.
Cuidados especiais com medicamentos homeopáticos
Gabriela destaca a importância do armazenamento adequado dos medicamentos homeopáticos. “Homeopatia é energia. É crucial agitar o conteúdo líquido para ativar e evitar a exposição a campos eletromagnéticos, como os gerados por celulares e micro-ondas, que podem inutilizar a
medicação. Carregar na bolsa o frasco da medicação com o celular do lado é inviável”, alerta.
Ela também enfatiza a necessidade de remover quaisquer obstáculos à cura durante o tratamento. “Se um pet está sendo tratado por ansiedade, é essencial afastar objetos ou situações que possam estressá-lo. Se o passarinho de estimação está medicado para combater a intoxicação por chumbo, mas tem contato na gaiola com o papel jornal que tem chumbo como matéria- prima para a tinta, a função do tratamento está anulada”, esclarece.
Os medicamentos homeopáticos vêm em várias formas, incluindo glóbulos, líquidos, e até produtos tópicos como shampoos e pomadas. “Os tratamentos podem variar quanto à frequência e tipo de administração, dependendo da formulação e do problema específico que está sendo tratado”, conclui.