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Voo Alto - O mercado de aves no Brasil

Voo Alto – O mercado de aves no Brasil

O mercado de aves no Brasil está em um momento crucial, marcado por um crescimento constante na qualidade e na quantidade dos criadores

Em um cenário onde a paixão por aves de estimação cresce, a competição saudável entre os cultivadores tem se mostrado uma força propulsora. Contudo, as regulamentações e a fragmentação das normas por estado apresentam desafios significativos para o desenvolvimento harmonioso do setor.

A demanda por aves ornamentais varia conforme a região. Em áreas de maior poder aquisitivo, espécies exclusivas e exóticas são as preferidas, enquanto em regiões menos favorecidas economicamente, a procura é por espécies acessíveis e de fácil manejo, como periquitos e canários.

O Assessor Técnico da Alcon, Max Ternero Cangani, explica que “a diversificação regional do Brasil influencia diretamente nas preferências do consumidor e isso se reflete tanto na escolha das aves, quanto nos métodos de criação.”

Nos últimos anos houve um aumento no interesse por aves com comportamento interativo e mutações genéticas raras, refletindo na mudança do perfil dos consumidores que agora buscam não só animais de estimação, mas também aves diferenciadas. Cangani complementa: “a procura por aves ornamentais sociáveis que se adaptam bem à vida doméstica continua a crescer, especialmente entre aqueles que desejam novas alternativas de pets, além dos cães e gatos.”

A regulamentação do mercado de aves ornamentais no Brasil é outro ponto crítico. A Lei Complementar N° 140, de 2011, transferiu para os estados a responsabilidade pelo licenciamento de criadouros, tanto de fauna nativa quanto exótica, mas muitos estados ainda não desenvolveram normativas específicas. “A falta de uniformidade entre as legislações estaduais cria barreiras significativas para os criadores, além de contribuir para o mercado ilegal,” alerta Luiz Fernando Albuquerque, CEO da Megazoo.

Essa inconsistência nas regulamentações impede o desenvolvimento harmonioso do setor, uma vez que os criadores enfrentam regras distintas, conforme o estado. Albuquerque ressalta: “enquanto alguns estados permitem a criação de uma ampla variedade de espécies, outros têm normas muito restritivas. Isso cria um verdadeiro emaranhado legislativo que dificulta o avanço do mercado.”

Mesmo diante dos desafios regulatórios, a inovação tecnológica tem sido uma grande aliada do setor. Sistemas automatizados de controle ambiental, rastreabilidade por meio de softwares e avanços na nutrição são algumas das inovações que têm ajudado os criadores a otimizarem a qualidade do manejo das aves. Esses avanços, somados às práticas éticas de criação são essenciais para garantir um mercado sustentável e competitivo.

Cangani afirma: “o uso de tecnologias como softwares de rastreabilidade e melhorias nas dietas nutricionais têm elevado os padrões do setor. Criadores que adotam essas práticas estão não apenas melhorando o bem-estar das aves, mas também se destacando pela qualidade no mercado.”

O Brasil, com sua rica biodiversidade, tem potencial para se tornar um grande exportador de aves ornamentais. Espécies nativas criadas legalmente em cativeiro podem encontrar um mercado promissor em países estrangeiros, desde que o país siga rigorosamente os padrões internacionais de controle sanitário e as regulamentações estabelecidas pela Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites). A crescente demanda por aves tropicais coloca o Brasil em posição de destaque, mas a eficiência regulatória será essencial para alcançar territórios internacionais.

Apesar dos obstáculos, o mercado de aves ornamentais no Brasil tem um futuro promissor. A profissionalização dos criadores aliada ao desenvolvimento de tecnologias de manejo promete uma expansão contínua do setor. Cangani observa que “os criadores brasileiros estão focados nas melhorias das práticas de criação e na promoção de um mercado ético e sustentável.”

Contudo, conforme explica Albuquerque, CEO da Megazzo, a criação de uma política pública unificada entre os estados é vital para garantir um crescimento saudável do setor. “Precisamos de um diálogo contínuo com os órgãos reguladores para alinhar as normas e assegurar que o mercado possa crescer de maneira ordenada e ética”, conclui o executivo.

O mercado de aves ornamentais no Brasil está em um ponto de inflexão. Com um interesse crescente e a disposição dos criadores em investir em qualidade e inovação, o setor pode se afirmar como uma referência global. A colaboração entre criadores, consumidores e órgãos reguladores será essencial para garantir um futuro sustentável e próspero para todos os envolvidos.

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