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Esclarecendo a polêmica questão que envolve os POODLES PARTICOLORIDOS

Esclarecendo a polêmica questão que envolve os POODLES PARTICOLORIDOS

Embora exemplares de cães Partecoloridos ou Multicoloridos sejam frequentes em Campeonatos de Grooming no Brasil e na Europa, nos USA e nas exposições eles não eram admitidos.

Tive oportunidade de conversar com um grupo de criadores franceses e belgas em 2017 quando estive julgando na Espanha e eles me contaram todo o processo que estava sendo feito para o reconhecimento da cor junto à FCI (Federação Cinológica Internacional). Voltando ao Brasil estudei sobre o assunto procurando artigos e documentos publicados que confirmaram a veracidade daquelas informações, portanto, o que vou relatar neste artigo não é baseado na minha opinião, simpatia pela cor ou conversa de bastidores, ele é baseado em relatos, documentos e um estudo de mais de 4 anos de provas documentadas.

Poodle/Caniche a origem:

O Poodle descende do Barbet ou Cão de Água Francês, cujo padrão pede que os exemplares tenham pelo cacheado e aceita tanto os cães de cor sólida (unicolor) como cães malhados ou partecoloridos, essa
característica da pelagem é também característica da pelagem dos Poodles, que no início do desenvolvimento da raça apresentava em algumas ninhadas exemplares de pelo partecolorido por herança genética dos exemplares de Barbet.

Conforme a raça foi se desenvolvendo e modificando algumas características físicas, os criadores envolvidos na criação e aprimoramento da raça Poodle passaram a desejar e dar preferência aos cães com pelagem de cor sólida, registrando apenas exemplares com estas características como forma de
seleção genética da cor da pelagem, porém, durante muito tempo em algumas linhas continuaram nascendo cães partecoloridos e mesmo sendo filhos de cães sólidos puros, não podiam ser registrados por estar incluso no padrão oficial da raça como falta desqualificante:

  • Exemplar cuja pelagem não seja unicolor.
  • Manchas brancas sobre o corpo e/ou sobre as patas para todos os exemplares que não sejam brancos.

Paralelamente a todo este processo, alguns criadores não achavam justo que os cães particoloridos que não apresentavam nenhum sinal de doenças ou anomalias (característica em que se baseia a proibição da criação de algumas cores em determinadas raças) não pudessem receber pedigree, mesmo sendo nascidos de cães puros, muitas vezes campeões e famosos reprodutores da raça. Aos poucos esse
pequeno grupo foi ganhando força e mais criadores se uniram neste processo de tentativa de mudar o padrão para aceitação destes cães, supostamente marginalizados pelos criadores e defensores dos cães de cor sólida.

O CCF (Le Club Du Caniche de France) representante da raça na França, país de origem do Poodle ou Caniche como é conhecido em alguns países da Europa, passou a discutir o assunto internamente, pois os criadores favoráveis a aceitação dos partecoloridos apresentaram vários exames de DNA comprovando um resultado 100% de pureza racial para Poodle dos exemplares patecoloridos, pressionando o clube argumentando que o padrão estava descriminando esses cães apenas para satisfazer a vontade dos criadores de cães sólidos.

A FCI recebeu e analisou a proposta de adesão das cores no padrão, porém essa representatividade não trazia unanimidade dos criadores, causando um grande impasse de como resolver um problema que nitidamente desagradaria um dos grupos e um grande desconforto entre os criadores. Em 2021 foi aprovado pela FCI o registro destes cães com o nome de CHIEN PARTICOLORE A POILS FRISES, (Cão
multicolorido de pelo frisado) decisão que não agradou os criadores de partecoloridos porque isto implica da criação de uma nova raça, e não da inclusão das cores na raça Poodle como era desejado, como consequência a perda de toda árvore genealógica que os cães teriam direito a receber.

Tive o trabalho e o cuidado de comparar os dois padrões, o do Poodle e o do Cão multicolorido e surpreendentemente, ou não, a única diferença entre eles é a cor, e um comentário sobre o cinzelamento da cabeça, não deixando dúvidas que os agora chamados de cães multicoloridos não só apresentam DNA, como também a conformação física idêntica a do Poodle, não fazendo nenhum sentido a criação de uma nova raça.

Em minhas buscas encontrei trechos de cartas trocadas entre os clubes envolvidos e é notório o descontentamento dos criadores com a criação da nova raça. A nós, não cabe discordar da decisão, pois o domínio da raça pertence à França, e cabe a eles discutirem junto à FCI essa questão, mas o conhecimento de como tudo aconteceu vem esclarecer muitas dúvidas e tira esses cães da marginalidade e comentários maldosos de certos criadores.

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