Muitas vezes, nos esquecemos que a maior pandemia pode ser transmitida pela própria internet. Especialistas de plantão, oportunidades inéditas, desespero e receitas milagrosas estão à vontade pela grande rede de dados mundial.
Para aqueles que podem, aproveitem para exercitar a vida em família, e mesmo de casa ajudem de forma responsável a não propagar informações sem referência, será um grande favor à comunidade. Aos que estamos no dia-dia da saúde, muito pode ser feito. A Academia Brasileira de Medicina Veterinária Intensiva apoiada pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (BVECCS- Brazilian Veterinary Emergency and Critical Care Society) está empenhada em mapear nossa força de trabalho, seja por meio de equipamentos veterinários que possam ser úteis aos hospitais humanos na terapia de suporte contra a COVID-19, seja a força humana. Somo mais de 100.000 profissionais ativos, mais de 11.000 instituições veterinárias capazes de assumir nosso papel como agentes de saúde única, com conhecimentos amplos na área de fisiologia, microbiologia, vigilância sanitária e biossegurança entre outros campos.
Participe deste movimento por meio do link da BVECCS (http://bit.ly/2J9vDUE) e poderemos ser mais fortes como classe participando de forma ativa de todo o processo.
Sabemos que nosso país se comporta como um grande continente e também é importante entender as necessidades e culturas locais durante esta fase crítica de emergência sanitária. Colaborem entre si, armem redes locais de clínicas e hospitais que possam abraçar os colegas com estabelecimentos que precisam manter suas portas fechadas, construam redes de trabalho centralizando os atendimentos, mantenham pelo menos parte do faturamento de todos e não todo o faturamento de poucos, e assim também poderemos manter a cadeia de serviços veterinários ativa mesmo depois da crise.
Em cada cidade crie redes de acolhimento, mapeie seus clientes vulneráveis por meio telefônico ou digital e pergunte sobre suas necessidades, acolha o seu animal caso o cliente esteja hospitalizado ou sem condições de cuidar do animal durante a epidemia. Mantenha altos padrões de higiene, que aliás jamais deveriam ter tido a necessidade de serem melhorados desde que as bactérias multirresistentes também se transformam em um problema de saúde pública mundial. Aproveitem o momento para se reinventarem, entenderem as necessidades alheias e como mudar esta rota pré-desenhada de destruição econômica e social para uma estrada de fartura, proximidade, respeito e verdade.
Rodrigo Cardoso Rabelo
DVM, EMT, FCCS Certified, BLS Certified, MSc., DSc, BVECC Dip.