A biossegurança é um conjunto de medidas voltadas para a prevenção, minimização e eliminação de doenças contagiosas, com a criação de barreiras que protejam os peixes contra os patógenos.
Assim, uma das formas de se obter sucesso no aquarismo é cultivar a maior quantidade possível de peixes no menor volume de água disponível. No entanto, o estresse gerado nestas condições causa diminuição do sistema imune do animal, ocasionando as doenças. Por
A biossegurança na produção e comercialização de peixes ornamentais
isso, o termo biossegurança é uma palavra que começa a soar cada vez mais familiar na produção de peixes ornamentais.
As medidas de biossegurança podem ser implementadas na produção e comercialização de peixes ornamentais para aumentar a possibilidade de sucesso na manutenção da saúde dos animais. Práticas como utilizar placas de aviso informando para não bater ou tocar no vidro dos aquários é um exemplo simples, pois os peixes ficam confusos, estressados e acabam se machucando e podem parar de comer e até adoecer.
A higienização das mãos, baldes, redes, mangueiras e materiais de captura deve ser realizada sempre que for manusear o aquário, para eliminar os patógenos como bactérias, fungos e parasitos. Esta higienização deve ser realizada a cada troca de aquário.
A sifonagem deve ser realizada diariamente para retirada das excretas e do resto de ração que ficam no fundo dos aquários de manutenção. As algas presentes nos aquários também devem ser reduzidas ou eliminadas para não comprometer a qualidade da água. A ração dos peixes deve ser armazenada em local seco, arejado, longe da luz e protegido de roedores e moscas, para evitar a perda de nutrientes e contaminação por fungos e bactérias.
Além das medidas preventivas, a biossegurança envolve também o processo de cuidado quando alguma enfermidade ocorre nos animais. Quando um peixe adoece a primeira medida a ser tomada é identificar a causa/origem e o patógeno, ou seja, bactéria, fungo, vírus ou parasito ou ainda se foi causada por deficiência nutricional. A identificação do patógeno é importante para a escolha do melhor tratamento. No tratamento devem ser seguidas minuciosamente as indicações de concentração/dose, tempo de exposição e dias de tratamento, para aumentar a possibilidade de cura do animal e evitar o desenvolvimento de resistência dos patógenos. Por fim, deve-se dar um destino adequado aos peixes mortos para evitar uma infestação dos demais animais.
Assim, a adoção de medidas simples de biossegurança garante a saúde e a estética dos animais, tornando-os atraentes e garantindo o sucesso na comercialização.
Cynthia Venâncio Ikefuti e Silvia Patrícia Carraschi – Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais em Matologia (Nepeam) da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp, Jaboticabal/SP.
Claudinei da Cruz – laboratório de Ecotoxicologia e Eficácia de Agrotóxicos do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos/SP. E-mail: cruzcl@yahoo.com