A proteína é o componente mais caro da ração animal.
A qualidade da proteína de um alimento é determinada pela sua digestibilidade e pelos aminoácidos que as compõem, especialmente a proporção dos nove aminoácidos essenciais (metionina, lisina, treonina, triptofano, valina, fenilalanina, leucina, isoleucina e histidina) (Sakomura, et al., 2014), que são aqueles que o organismo não é capaz de produzir, sendo adquiridos, apenas, através da dieta.
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Os aminoácidos são considerados os componentes estruturais básicos de qualquer proteína. As proteínas são formadas a partir da união de conjuntos de aminoácidos ligados entre si e existem apenas 20 tipos de aminoácidos, que combinam-se de formas variadas para formar diferentes proteínas.
O correto balanceamento dos aminoácidos de uma ração é de extrema importância, pois quando há desbalanceamento não ocorre um aproveitamento total da proteína da dieta e maior será sua excreção deste nutriente através das fezes e de amônia pela urina e expelida pelas brânquias, o que, por sua vez, poderá afetar a qualidade no ambiente no qual os peixes estão inseridos.
As proteínas exercem as mais diversas funções no organismo e não existe nenhum processo biológico em que uma proteína não esteja envolvida. As informações genéticas, por exemplo, são expressas através de proteínas. Elas atuam como constituintes de elementos estruturais, atuam na função enzimática, na contração muscular, estão presentes na composição de hormônios responsáveis pelas mais diversas funções do organismo, nos anticorpos que atuam na defesa do organismo, nos processos de coagulação e também no transporte de oxigênio (Sakomura et al., 2014).
É errado pensar que uma determinada ração é melhor que outra por conter maior quantidade de proteína, assim como uma ração carente deste nutriente estabelecerá uma deficiência nutricional. Existem outros fatores importantes a serem observados, como a qualidade dos ingredientes utilizados em sua formulação. A própria qualidade da proteína destes ingredientes, a espécie dos peixes para os quais a ração será ofertada, assim como seus hábitos alimentares, idade, e assim por diante.
Dessa forma, um dos principais desafios da nutrição de peixes ornamentais, assim como para todas as categorias animais, é fornecer alimentos capazes de atender as necessidades proteicas de todas as células corporais de forma eficiente para que não ocorra falta nem excessos deste nutriente, garantindo o crescimento, a saúde, o bem-estar, e, consequentemente, o máximo desempenho, o qual refletirá em sua longevidade, na exuberância de suas cores e de suas formas.
Daniela Bezerra de Amorim é zootecnista pela FCAV/Unesp – Jaboticabal-SP e mestranda em Aquicultura pelo Caunesp (Centro de Aquicultura da Unesp) Jaboticabal/SP.
Contato: amorimdaniela@outlook.com
Referência: 1) Lehnhnger, A.L.; Nelson, D.L.; Cox, M.M. Princípios de Bioquímica, 6ª ed., Artmed, 2014. 2) Sales, J.; Janssens, G. P. J. Nutrient requeriments of ornamental fish. Aquat. Living Resour. 16: 533-540, 2003. 3) Sakomura, N.K.; Silva, J.H.V.; Costa, F.G.P.; Fernandes, J.B.K.; Hauschild, L. Nutrição de Não ruminantes. Jaboticabal, SP: Editora Funep, 2014.
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