Brasil é um dos principais formadores de médicos-veterinários do mundo. A profissão vem ganhando relevância no conceito de Saúde Única.
A profissão que surgiu ainda no período Neolítico, concomitantemente com o início da domesticação dos animais. Desde então, a profissão ganhou diversos contornos e relevância, sendo fundamental tanto para a saúde dos animais como dos próprios seres humanos e oferece uma ampla gama de oportunidades de atuação.
“O médico-veterinário é a intersecção entre atividades relacionadas à pesquisa e saúde pública, ao mercado pet e ao agronegócio, segmentos pujantes e que registram crescimento, mesmo diante dos de safios impostos em uma situação como a pandemia que estamos vivenciando, por exemplo. Cada vez mais esse profissional ganha relevância no contexto da Saúde Única, ou a chamada One Health, que entrelaça a saúde das pessoas, dos animais e
do meio ambiente como condição essencial a um mundo melhor, mais saudável”, diz a assessora técnica do CRMV-SP (Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo), médica-veterinária, dra. Anne Helzel.
Segundo levantamento do Ministério da Educação, o Brasil é hoje um dos principais países formadores de médicos-veterinários no mundo, com mais de 148 mil profissionais, além de 461 universidades que oferecem o curso, à frente de mercados como os Estados Unidos, a Alemanha, a Itália e o Reino Unido.
Companhias como a Elanco Saúde Animal reúnem parte desses profissionais em seu quadro de funcionários visando proporcionar mais saúde aos animais, às pessoas e ao planeta. Considerada a segunda maior empresa do setor em todo o mundo e a terceira no Brasil, com soluções para o bem-estar de animais de estimação e de produção,
a Elanco tem hoje em seu quadro de funcionários no Brasil mais de 65 médicos-veterinários atuando em diferentes frentes.
“Toda proteína animal que chega à mesa do consumidor, como carnes, ovos ou leite e seus derivados, deve passar por uma inspeção criteriosa. Quem exerce este papel é o médico-veterinário. Além disso, é esse profissional que cuida da saúde dos animais no campo. Assim, a profissão exerce impacto direto na saúde pública, sendo a intersecção
entre a medicina humana e a animal. Trata-se de um conceito de saúde única, no qual acredito e compartilho com meus colegas de trabalho”, afirma Dario Abbud Righi, médico-veterinário e analista de assuntos regulatórios sênior na Elanco.
“Quando ingressei na faculdade de Medicina Veterinária, queria atuar em fazendas. Além de veterinário de campo e clínico, fiz mestrado e doutorado na área de farmacologia e toxicologia aplicada à Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo, o que me proporcionou a oportunidade de trabalhar na sede do Ministério da Agricultura, na área de segurança alimentar; no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Minas Gerais, no diagnóstico de doenças; na Universidade de Brasília como professor universitário e, hoje, na parte regulatória da segunda maior
indústria de soluções para o bem-estar e saúde animal em todo o mundo”, ele conta.
Mais diversidade
Alberto Henrique Rocha Filho também é médico-veterinário e hoje atua no setor de avicultura, na área de gestão e produção de frangos da empresa Rivelli, em Minas Gerais, tendo passado pelo setor comercial e técnico da companhia. “A Medicina Veterinária proporciona uma gama enorme de possibilidades, a maioria com forte impacto na economia do país e saúde das pessoas; e isso me enche de orgulho”, afirma Alberto.
Também médica-veterinária, Flávia Fontes, CEO da Integral Comunicação, contribui para o setor de saúde animal de outra forma: com conteúdo. “Hoje atuo em funções que, sob a perspectiva do senso comum, fugiriam ao escopo da Medicina Veterinária, mas minha formação acadêmica e amor pela pecuária foram e são fundamentais para eu
fazer tudo o que faço”, relata Flávia, que produz conteúdo técnico para o setor de produção de alimentos de origem animal, falando com todos os elos das cadeias produtivas, desde o pecuarista até o consumidor final.
Crescimento
É impossível falar em Medicina Veterinária e não falar dos profissionais que se dedicam aos animais de estimação. Segundo estudo realizado no ano passado pelo Pet Brasil, o mercado pet teve um crescimento de 13,5% em relação
ao ano anterior e segue sustentando uma projeção de faturamento anual na faixa dos R$ 40 bilhões. Atendimento clínico aos pets, pesquisa e desenvolvimento de produtos, comercialização de itens estão entre as inúmeras possibilidades para quem deseja abraçar o segmento. “Meu movimento aumentou em torno de 25% no ano passado, em meio à pandemia.
Ano inclusive, que abri meu primeiro modelo de franquia, com concessão de marca e know-how
Bicho de Pet. Além dessa grande conquista, ainda este ano, ampliarei minha loja-matriz”, diz a médica-veterinária Bruna Lopes, proprietária do Bicho de Pet, clínica e loja de produtos para cães e gatos em São Paulo. “Eu sempre quis ser veterinária, desde criança. Sempre tive muito amor e comprometimento com o que faço, características que são a essência de qualquer trajetória de sucesso na Medicina Veterinária clínica.”
Mesmo com jornadas tão diversas, todos os profissionais salientam a importância do amor e dedicação para quem quer seguir na área, sob projeções tão promissoras à profissão, seja na indústria, pesquisa, no setor pet ou no agronegócio. Prezar uma boa formação, em uma boa universidade, desenvolver uma visão amplificada para diferentes oportunidades, e nunca deixar de estudar, são conselhos comuns a todos eles para os futuros veterinários.