Os inícios de ciclo são também uma época de muitas reflexões sobre os nossos desejos, para aquilo que queremos alcançar, experimentar, conquistar. Pode ser na área de desenvolvimento humano, nos relacionamentos ou no âmbito profissional, mas qualquer reflexão independentemente da área deve partir do autoconhecimento. E aí vem a reflexão: eu sou quem eu quero ser? Se sou, é assim que o outro me vê? Se não sou, o que me separa ou me impede de ser?
Há 3 anos e meio atrás, aos 38 anos de idade, eu me fiz essa pergunta quando me deparei diante da maior dor que havia sentido até aquele momento: um divórcio. Eu tinha que aprender a caminhar sozinha depois de 18 anos de um relacionamento que acreditava ser para a vida toda. Não foi nada fácil, mas logo percebi que eu precisava focar na solução pra aquela dor; e não viver da dor.
Uma das soluções para aquele momento era me reposicionar profissionalmente, mas antes de qualquer coisa precisava aprender a me conhecer, a olhar pra dentro e provocar o meu despertar de consciência: quem sou eu enquanto essência? O que me fazia feliz e o que me realizava? Descobrir o que era importante pra mim, quais os valores pessoais que não abriria mão, o que norteava a minha vida. Quais crenças me limitavam e quais me impulsionavam. No que eu acreditava de verdade. E, principalmente, qual a diferença que eu fazia na vida das pessoas e pelo que queria ser lembrada por onde passasse e no dia em que eu partisse desse plano.
Esses questionamentos e reflexões foram inúmeros e intensos realmente. Mas somente dessa forma, olhando pra mim diante do espelho, é que pude perceber que eu não me conhecia de verdade e quem eu era naquela época não era nada do que eu queria ser um dia. E o choque de realidade foi grande diante desta constatação até o cair das “cascas” e renascer. E é aí que a mágica acontece!
Normalmente temos uma grande dificuldade de seguir nosso próprio caminho, perseguir nossos sonhos, encontrar nossa voz e viver de acordo com o que acreditamos; e não com o que os outros esperam de nós. E digo que esta é a única forma de alcançarmos uma existência plena de sentido e alegria. Representar os papéis que o mundo nos impõe – e, muitas vezes, a nossa própria família faz isso – é como viver a vida de outra pessoa e que não se encaixa no nosso propósito. Nossa maior realização é sermos fiéis às nossas paixões e aos nossos próprios princípios, por isso a necessidade de refletirmos se hoje somos quem realmente queremos ser numa era digital de mídias sociais onde a vida de todos “parece” ser perfeita, ideal e feliz. Vivemos a era do “pareço ser”, não mais a do “sou”. O mundo da superficialidade e incongruência – o ato de “não fazer o que prega” – tomou conta e forma nos núcleos que circulamos e tudo influencia nosso inconsciente nos gerando crenças que nos impedem de realizar o que nos propomos fazer. E nos paralisa diante da vida que acontece para nós o tempo todo.
Segundo o psicoterapeuta Adam Phillips, passamos grande parte de nossa existência tentando encontrar um sentido para a vida, revivendo nossas frustrações e nos culpando por “desperdiçar” o nosso potencial, enquanto poderíamos usar esses desapontamentos como ferramenta para conhecer mais sobre nós mesmos e sobre os nossos desejos. Então, para que você não seja parte da estatística, convido você a se questionar: “O que lhe separa de quem você é hoje de quem você quer ser?” Serão suas ações ou a falta delas? Falta de coragem ou de iniciativa?! Ausência de autoestima?! Medo do que vão pensar de você?! Não é uma questão fácil de responder. Mas é certamente um ótimo passo para começar a decidir o que você quer para si e o que o motiva a levantar da cama todos os dias e agir. Há sempre uma escolha, desde que você se torne consciente de si mesmo e não passe a sua vida em piloto automático. Mudar, começar, trocar de rota, recomeçar, agir… Dói muito porque tira você da zona de conforto, mas acredite, quando vencer suas sombras, o sabor e a decisão da vitória são libertadores.
Quanto mais conquistas e superações você tiver, mais vai querer realizar. Portanto, nada de acomodar. Nada de adiar seu sucesso e priorizar suas desculpas. Seja agora quem você é na essência e jamais duvide de você, porque a dúvida mata. Avante! Estamos juntos nessa jornada, conte comigo para o que precisar.
Kaká Cerutti é neurocoach, palestrante e gestora de marketing e comunicação da empresa Empóriopet.
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