A síndrome do olho seco é qualquer alteração no filme lacrimal e superfície ocular que leve à irritação ocular e, infelizmente, é uma condição mais frequente do que se imagina em cães, conforme conta a doutora Adriana Lima Teixeira, médica-veterinária especializada em oftalmologia e parceira da Vetnil.
Segundo Dra. Adriana, a prevalência da síndrome do olho seco, também denominada ceratoconjuntivite seca, pode variar conforme a localização geográfica. “Na América, as raças de cães predispostas incluem Cavalier King Charles Spaniel, Bulldog Inglês, Lhasa Apso, Shih Tzu, West Highland Terrier, Pug, Bloodhound, Cocker Spaniel Americano, Pequinês, Boston Terrier, Schnauzer miniatura e Samoieda. Na Europa, um estudo do Reino Unido mostrou que as raças com maior incidência da doença são o Cocker Spaniel Inglês, Cavalier King Charles Spaniel, West Highland Terrier e Shih Tzu”, explica.
Há diversas causas que podem contribuir para a ocorrência de olho seco nos cães, sendo a origem imunomediada a mais comum. “No caso de doença imunomediada não há cura, mas há tratamento que deverá ser realizado de forma contínua. Já em gatos, a infecção por herpesvírus é a causa mais comum de olho seco. Frente à necessidade de uso contínuo de medicação em pets portadores de olho seco, os substitutos da lágrima devem ser considerados como importantes ferramentas adjuvantes, principalmente na fase inicial do tratamento. Em pacientes refratários ao tratamento específico, os lubrificantes poderão ser a única opção para dar conforto ao paciente”, destaca Dra. Adriana.
Os substitutos de lágrimas promovem lubrificação, proporcionando conforto ocular aos pets e podem ser utilizados de forma contínua, sempre associados ao tratamento específico da sua causa de base. A frequência da utilização dos substitutos da lágrima dependerá da sua composição e da gravidade de cada caso.
Além disso, a especialista fala que a indicação dos substitutos de lágrima não se limita a auxiliar apenas os pets no tratamento do olho seco. “Os lubrificantes podem ser utilizados em várias outras situações rotineiras em cães e gatos, como: higienização ocular, durante cirurgias em geral, pós-operatório de cirurgias oculares, antes e após o banho, úlceras de córnea ou outras doenças oculares dolorosas, durante tratamentos com medicações que ressequem a superfície ocular, pacientes braquicefálicos, pets idosos ou que apresentam anormalidades na conformação palpebral e em felinos com histórico de infecção ocular pelo herpesvírus”, complementa a especialista.
Atualmente, porém, a maioria dos lubrificantes prescritos para cães e gatos são da linha humana, de modo que há uma demanda para novos produtos no mercado pet.