Isolamento social faz e-commerce do setor crescer 65% no 1º tri de 2020.
- Brasil é atualmente 4º mercado mundial, atrás somente de EUA, China e Reino Unido.
- Empregos do setor geram renda a 2,4 milhões de pessoas.
- Faturamento de 2019 foi de R﹩ 35,4 bilhões, somados indústria, serviços (veterinários e gerais) e comércio de animais.
- Pet food é principal produto, respondendo a 46% do mercado.
Com exceção da venda de animais diretamente dos criadores e dos serviços gerais, todos os outros segmentos do setor pet registraram crescimento no faturamento em 2020. A comparação leva em conta os três primeiros meses de 2019 e deste ano. As informações foram reunidas pelo Instituto Pet Brasil.
O maior crescimento está no segmento de venda por comércio eletrônico, que registrou alta de 65,57% no faturamento, resultado do isolamento social por conta da pandemia do coronavírus. O valor movimentado saltou de cerca de R﹩ 1,49 bilhão para R﹩ 2,47 bilhões na comparação entre os dois trimestres.
Em segundo lugar vem os produtos veterinários, com alta de 18%. Pet food é o terceiro colocado, com 10% de crescimento. O ranking ainda enumera pet care (alta de 6,9%) e serviços veterinários (alta de 5%).
Apesar da alta do e-commerce no setor, a participação ainda é tímida no market share geral. Representou 6,6% das vendas no primeiro trimestre do ano, crescimento de 2,37% em relação ao período do ano passado. Pet food representa ainda quase metade das vendas (47,8%), mas o crescimento comparado no período foi de 1,69%.
“Podemos observar que os setores que mais foram afetados neste período foram a venda de animais, e os serviços gerais, como banho e tosa, passeadores de animais, creches, entre outros, por conta do isolamento social e as incertezas econômicas – avalia o presidente-executivo do Instituto Pet Brasil, Nelo Marracini descobrimos que a venda de pets caiu 25% em 2020 até o momento, e serviços gerais registraram queda de 11%. Mas a partir dessa fotografia do começo do ano, continua a certeza de que os brasileiros, mesmo em dificuldades, não deixam de cuidar de seus pets, que são parte da família”.
No entanto, para o IPB, é necessário levar em conta, também, as variações causadas pela inflação e alta do dólar, que influenciam no valor das matérias-primas e no preço final. Além disso, o setor pet continua sendo fortemente tributado. No caso de pet food, item mais procurado, a cada R﹩ 1, mais de R﹩ 0,50 são impostos.
Balanço 2019
O setor pet brasileiro permanece como um dos principais mercados de todo o mundo para produtos e serviços para animais de estimação. De acordo com o Instituto Pet Brasil, somados os faturamentos da indústria, serviços (veterinários e gerais) e da venda de animais em 2019, o crescimento foi de 3% em relação ao ano anterior. O total calculado é de R﹩ 35,4 bilhões. Em 2018 o mercado cresceu 4,6% em faturamento e chegou a R﹩ 34,4 bilhões.
“Apesar das turbulências econômicas o setor se manteve resiliente. Por ser bastante pulverizado, a rede de varejo permite que sempre haja um estabelecimento pet perto das famílias, e mesmo optando por produtos mais em conta, os donos de animais de estimação não deixam de oferecer produtos adequados para tamanho, idade e espécie”, prossegue o representante do Instituto Pet Brasil. Prova do interesse por pets é o crescimento do número de animais no Brasil, notadamente de gatos e répteis e pequenos mamíferos.
A venda de alimento completo industrializado (ração, ou pet food) ainda lidera o setor, com 46,1% do faturamento. Em seguida está a venda de animais, com 12%. Pet vet (produtos veterinários) é o terceiro colocado com 11,6% do faturamento, seguido respectivamente por serviços gerais (10,5%), serviços veterinários (10,4%), pet care (produtos de higiene e bem-estar, 5,2%) e o faturamento geral do comércio eletrônico (4,2%). Apenas os segmentos de venda total de animais e serviços gerais tiveram queda no faturamento quando comparados com 2018. Demais segmentos apresentaram crescimento.
Mundo
Com os resultados consolidados de 2019, o Brasil passa a figurar como quarto principal mercado do mundo com participação de 4,68% do faturamento global, atrás de EUA (40,1%); China (7,2%) e praticamente empatado com Reino Unido (4,73%). Permanece à frente de mercados como Alemanha e França com participações de 4,4% e 4,3%, respectivamente.
O mercado de varejo global teve valor de US﹩ 131,1 bilhões em 2019, alta de 5,21% em relação ao ano de 2018.Naquele ano, o valor movimentado
foi de aproximadamente US﹩ 124,6 bilhões. As estimativas apontam que a população pet mundial é de aproximadamente 1,6 bilhão de animais. Dentre esses, cerca de 40% correspondem à população de peixes ornamentais.
Canais de venda
Em 2019, as vendas de produtos do setor pet se concentraram no comércio especializado (80,5%). Já o comércio alimentar, que compreende estabelecimentos como supermercados, respondeu por 10,8% das vendas. O comércio eletrônico correspondeu a 3,7% das movimentações, e o comércio direto de animais pelo criador diretamente às famílias foi responsável por 5% das vendas.
O número de pontos de venda para produtos pet no Brasil superou 150 mil estabelecimentos. Dentre esses, cerca de 60% pertencem à categoria do varejo alimentar. As pet shops, representadas por lojas de grande porte, médio porte e de vizinhança também são expressivas, com participação de 20,7% (mais de 32 mil estabelecimentos).
Geração de empregos
Estima-se que o número de empregos do setor pet, considerando tanto o setor formal quanto o informal, foi mais de 2,4 milhões no Brasil. A ampla maioria desses empregos concentra-se nos criadores. Destaca-se ainda os setores da indústria e o especializado que compreendem empregos com maior qualificação e formalização: esses dois juntos representaram mais de 127 mil empregos em 2019, data do último levantamento de atividade econômica do setor pet.