Se, em um contexto normal, lidar com estimativas econômicas no Brasil já é um exercício árduo, durante uma pandemia sem data para acabar é um desafio para poucos.
Apesar do cenário desafiador, com crise e o retorno do Brasil à recessão econômica, as perspectivas para o mercado de produtos e serviços pet no Brasil são otimistas.
Segundo dados da Abinpet, o faturamento esperado para 2020 deve chegar à marca de R$ 22,3 bilhões. E uma projeção do Instituto Pet Brasil indica que o crescimento do setor de serviços e produtos para animais domésticos vai ser de 6,07% este ano. Um aumento impulsionado pelas vendas via e-commerce, que cresceu 65% no primeiro trimestre.
Isso se deve aos serviços pet serem enquadrados como essenciais, o que evitou o fechamento de muitos estabelecimentos no início da pandemia. Além disso, com o isolamentosocial, as pessoas passaram a ficar mais tempo em casa e os animais de estimação ganharam atenção redobrada. Esse é o primeiro ponto que considero importante ressaltar.
O outro ponto que não podemos deixar de lado é que, além daqueles que já tinham um animal de estimação, muitas pessoas decidiram adotar novos companheiros para escapar da solidão durante a quarentena. Isso fez com que a população de pets nos lares brasileiros aumentasse consideravelmente. Então, dentro deste contexto, vejo boas possibilidades de crescimento para o nosso mercado.
Mas, embora o mercado tenha boas oportunidades de crescimento, ainda restam grandes desafios para quem ainda não mexeu no seu modelo de negócios para enxergar os “gaps”, as falhas que precisam ser revistas e implantar melhorias. Com a baixa do movimento em alguns momentos durante a pandemia, foi imprescindível “digitalizar” o negócio. Quem criou uma loja virtual do seu empreendimento se deu muito bem. A internet está disponível para o seu negócio ser conhecido além das suas fronteiras, assim como é uma grande oportunidade de vender seus produtos para outros Estados, inclusive. Então, quem ainda não aderiu ao digital, ainda há tempo.
Outra boa perspectiva de crescimento para o mercado pet são os negócios que buscam especialidades: banho e tosas especialistas em alguma raça ou que só usam produtos veganos, por exemplo. Quanto mais especificidade, melhor a qualificação do seu público para vendas, ainda mais no meio digital. Vale muito a pena experimentar.
Mas um tipo de serviço que veio para ficar é o delivery. Busca e entrega dos pets para consultas, vacinas, banho e tosa; entrega das rações e petiscos, brinquedos, roupinhas, caminhas, acessórios e, claro, os produtos de higiene e beleza dos pets e para higienização das casas. A segunda onda da pandemia – ou a primeira que ainda não terminou – está aí e isso vai trazer um isolamento social mesmo que parcial, fazendo com que as “teles” sejam cada vez mais solicitadas.
E para fechar a minha fala deste mês, lanço aqui talvez o maior desafio para o mercado em 2021:humanizar suas marcas e tratar todos os clientes como se fossem únicos (que são, no caso). Humanizar a marca trata de olhar para as pessoas com empatia e cuidar delas e dos seus pets como merecem. É se importar com a necessidade do tutor e da dor e anseios dos animais, afinal, o bem-estar deles é que deve prevalecer sempre. A gente tanto fala de atendimento humanizado pelas empresas, em que elas têm o dever de ouvir o cliente de verdade e atendê-lo de uma forma ímpar, única e especial, mas lá na maioria dos negócios do mercado não é isso que acontece. Se você que lê essa matéria ainda não dá atenção que seu cliente merece, tá na hora de repensar seus conceitos. Afinal, ele merece ser recompensado por ter escolhido o seu negócio diante de tantos outros que são iguais ao seu, não? Então, faça diferente e faça a diferença.
Kaká Cerutti é mentora estrategista de marcas, professora, palestrante, empreendedora e gestora de marketing da Empóriopet.