Você já percebeu o quanto é angustiante decidir? Vou ou não? O que falarão de mim? O ego do indivíduoluta contra o seu instinto mais íntimo, em especial de obter prazer (Freud chamou de ID uma parte do inconsciente, que é totalmente hedonista, quer prazer) contra a moral da sociedade, família, igreja (o superego, para Freud). Fazer ou não? Angústia, moral, costumes. Freud externou o conceito de “ego ideal” versus o “ideal do ego”. O primeiro é o ideal que a sociedade, o meio e a família esperam de nós: o ser humano ideal, as virtudes como pai, esposa, marido, filho etc.
A família insere na personalidade do filho ou filha, nas primeiras duas décadas, o que entende como ideal para ele. Por exemplo: casar na igreja com um rapaz “de família”, honesto, protetor, trabalhador. A moça, porém, tem o seu ideal para seu próprio ego: ela é gay, não pretende se casar e quer viajar o mundo! Conflito entre o ego ideal e ideal do ego, que leva muitos à “angústia existencial”. A consciência, o ego deve equilibrar e decidir entre sua moral, a de seus entes queridos e da sociedade e seus próprios valores e princípios, talvez mais ainda, de seus desejos. Poucos vivem sem esta angústia. E, se você se conectou a este conteúdo, vive conflitos, parabéns: você é humano! Todos temos conflitos, alguns querem sofrer menos e procuram mudar. Sim, as pessoas podem mudar substancialmente, mudando sua forma de pensar sobre a vida, sobre seus infortúnios, traumas passados e pressões atuais. Mudar seu estilo de viver, da empresa, da vida profissional.
É difícil e muito! O caminho é conhecer-se intimamente, lidar com os conflitos, medos, vergonhas, arrependimentos e culpas. Leva anos, doerá muito, a vontade de desistir é imensa, por isso a minoria avança e vence. Precisa de ajuda profissional, constantemente, por anos.
Ninguém resolve suas agruras totalmente, mas é libertador entender- se, aliviar sofrimento, fazer as pazes com o passado, perdoar as ofensas, e o mais difícil: perdoar-se.
Invadir, profundamente, sua própria mente requer coragem e humildade, poucos as tem. É mais fácil culpar alguém ou querer que o outro mude.
E continuará sofrendo sem nem saber exatamente porque e causando incômodo ao redor, trazendo
discórdia, atrapalhando o ambiente, a família, os amigos. Encontrar-se exige muita coragem e disciplina. É para poucos. A decisão é sua!
Marco Antônio Gioso CRMV-SP 5642