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O pâncreas e suas afecções

O pâncreas e suas afecções

O pâncreas é um órgão localizado no abdômen cranial, multilobulado e composto por uma porção exócrina que é maior (as células acinares) e uma porção endócrina menor (ilhotas de langerhans). A função exócrina se caracteriza pela produção de enzimas presentes no suco pancreático, como tripsina, quimotripsina, carboxipeptidase A e B, elastase, colagenase e amilase. A liberação de tais substâncias ativas no interior do tecido pancreático, que ocorre na pancreatite e em algumas neoplasias, podem ter efeitos devastadores no organismo do animal.

Os distúrbios do pâncreas ocorrem com bastante frequência em cães e gatos. Em um estudo, 1,5% de todos os pâncreas de cães e 1,3% de todos os pâncreas de gatos apresentaram alterações patológicas no exame post morte1. Em ambas as espécies, a pancreatite é o distúrbio mais comum do pâncreas exócrino.

Apesar de a pancreatite ser a principal doença que envolve o pâncreas de cães e gatos, os tumores pancreáticos também são uma realidade nas duas espécies. As doenças neoplásicas do pâncreas podem ser classificadas como benignas ou malignas e na suspeita de uma neoplasia pancreática, a indicação é a retirada cirúrgica para se fazer o diagnóstico preciso da doença, sendo o tumor mais frequente na espécie canina, o insulinoma.

O insulinoma frequentemente culmina em doença clínica grave, causada pelo excesso de produção de insulina e consequente hipoglicemia. Muitos cães com insulinoma irão parecer clinicamente normais mesmo com níveis muito baixos de glicose no sangue, o objetivo não é chegar à glicemia dentro da faixa de normalidade, mas sim limitar quaisquer sinais graves de hipoglicemia através de tratamentos clínicos que se tornam muitas vezes, ineficazes e com a cirurgia quando possível.

Os adenomas pancreáticos são tumores benignos, geralmente únicos e podem ser diferenciados a partir de hiperplasia nodular pancreática pela presença de uma cápsula. Em contraste com os seres humanos, em que o adenocarcinoma do pâncreas é a quinta neoplasia mais comum, ele ocorre muito raramente em cães e gatos. Os adenocarcinomas são malignos e geralmente originam-se do sistema de dutos, mas também podem se originar de tecido acinar. Poucos casos de sarcomas pancreáticos, por exemplo, sarcoma de células fusiformes e linfossarcomas também têm sido reportados. No entanto, é questionável se esses tumores são lesões neoplásicas primárias do pâncreas exócrino, lesões metastáticas de tumores de outros órgãos, ou uma lesão localizada de uma neoplasia multicêntrica.

A apresentação dos pacientes caninos e felinos com neoplasia do pâncreas exócrino é inespecífica. Em uma série de casos de 58 gatos, os sinais clínicos mais comumente relatados foram anorexia em 46%, a perda de peso em 37%, letargia em 28%, vômitos em 23%, icterícia em 14%, constipação intestinal em 9% e diarreia em 3% 8. Os sinais clínicos relatados em outros casos eram poliúria, febre, desidratação, um abdômen distendido cranialmente e fezes volumosas, claras e pastosas. Poliúria pode ser um sinal clínico de
diabetes mellitus concorrente. Icterícia obstrutiva também tem sido descrita em gatos com adenocarcinoma pancreático. Poucos cães com esteatite necrosante multifocal têm sido descritos ultimamente, sendo então diagnosticados com adenocarcinoma pancreático. Finalmente, os sinais clínicos relacionados com lesões metastáticas também foram relatados em alguns casos de adenocarcinoma pancreático e podem se apresentar como claudicação,
dor óssea, ou dispnéia. Recentemente, vários casos de alopecia paraneoplásica têm sido relatados em gatos com adenocarcinoma acinar pancreático.

A cirurgia pancreática é uma tarefa muito delicada e não deve ser encarada como fácil. Todo o pâncreas deve ser examinado, tanto visualmente quanto por palpação. É importante manusear o pâncreas muito suavemente, pois pode haver mais do que uma massa, e a massa (ou massas) pode não ser visível. Os tumores são aproximadamente divididos em lobos direito e esquerdo, com apenas cerca de 10% ocorrendo no lobo médio. Em um estudo, 3/72 cães tinham carcinoma de células da ilhota difusa por todo o pâncreas, identificável apenas histologicamente. Se a massa não for encontrada, (o que ocorreu em 20% dos 129 casos) o ultrassom intraoperatório pode trazer benefícios, mas tem disponibilidade limitada.

Na pancreatite secundária a realização de uma biópsia é rara, porém não deve impedir que os cirurgiões realizem biópsias quando estas forem necessárias. Tão crítica quanto a remoção do tumor primário é o exame aprofundado de todo o abdômen para a avaliação de
metástase. A pancreatite é sempre uma preocupação após a cirurgia pancreática. Tente evitar esta complicação, presumindo que está lá no pós operatório. Diabetes mellitus pode se desenvolver devido à atrofia das células β normais; esses pacientes podem necessitar de terapia com insulina, mas apenas se a hiperglicemia e glicosúria durarem mais de 2-3 dias após a interrupção de fluidos com dextrose. A insulina é normalmente necessária apenas temporariamente. A hipoglicemia persistente é uma pobre constatação prognóstica pós-operatória; isto indica tecido maligno funcional remanescente, e é indicado o tratamento médico.

As principais doenças endócrinas são, diabetes melito, e o gastrinoma (neoplasia secretora de gastrina), enquanto entre as doenças pancreáticas exócrinas podem ser elencadas a pancreatite aguda, a pancreatite crônica, a neoplasia pancreática exócrina e a insuficiência pancreática exócrina. Dessa forma, a suplementação com enzimas digestivas é de suma importância para que ocorra uma solução eficaz que otimize a biodisponibilidade, digestão e absorção dos nutrientes, por isso são consideradas, atualmente, ingredientes-chave nos protocolos nutricionais e funcionais.

A Pancrezyme® é um suplemento alimentar à base de enzimas digestivas estáveis (amilase, a lipase e a protease) que otimiza a digestão e absorção de todos os nutrientes, potencializando a biodisponibilidade,
fundamental para a manutenção da saúde e qualidade de vida do animal. A Eletrorade® é um suplemente vitamínico que funciona para que ocorra a reposição de potássio, sódio e bicarbonato de sódio, importantes para a homeostase do pH sanguíneo. Oferece aporte de vitaminas (B1, B2, B6, B12 e C), importantes coenzimas com ação no metabolismo da glicose e estimula mitocôndrias. A EOFF® traz em sua
formulação componentes dispersíveis em lipídeos dos tecidos, meios intracelulares e extracelulares, contendo
minerais antioxidantes e vitaminas com ações específicas, fundamental para prevenir danos causados devido ao estresse oxidativo. O Targimax® funciona como resposta rápida e direcionamento indicado na suplementação de nutrientes para caninos, felinos, aves, mustelídeos, répteis, roedores e outros. Concentra nutrientes antioxidantes dispersíveis em líquidos extracelulares como os polifenóis do chá verde e extrato de semente de uva, também contém nutrientes de reposição endógena como a cisteínas, percursora da glutationa endógena (antioxidante intracelular) e a arginina precursora do óxido nitro endógeno. Glutamax® proporciona estímulo da retomada da síntese de proteínas por meio de seus aminoácidos proteicos e também da eliminação de gorduras através de seus aminoácidos livres. Além disso, estimula o apetite e funciona como imunomodulador.

Todos esses suplementos podem proporcionar um melhor desenvolvimento e cuidado com o sistema digestório do pet e prevenir contra essas enfermidades, pois estimula o sistema imune.

Dra. Flávia Tavares Manoel é médica-veterinária formada pela Universidade Federal Fluminense e Mestre em Clínica Médica de Pequenos Animais pela mesma Universidade. Entre 2003 e 2005 foi professora de Clínica Médica de Pequenos Animais da
UFF; professora da Fundação Educacional Dom André Arcoverde em 2005; Coordenadora dos Cursos de Pós Graduação em Medicina Veterinária do SENAC–RJ de 2004 a 2007; professora de Pós-Graduação do Instituto Qualittas de 2010 a 2014; professora de Pós-Graduação em endocrinologia da Anclivepa São Paulo; Responsável pelo setor de Endocrinologia e Metabologia das Clínicas Intergávea e Vetfãs no Rio de Janeiro e fundadora da Associação Brasileira de Endocrinologia Veterinária (ABEV).

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