Com tantos cuidados que os bichinhos de estimação necessitam, muitas vezes os dentes passam despercebidos, porém, eles demandam da mesma atenção que a saúde bucal humana
Segundo a professora doutora, Valeska Rodrigues, do curso de medicina veterinária da Universidade de Franca (UNIFRAN), acostumar os animais com a escovação diária trará benefícios para a melhor condição bucal, prevenção de enfermidades e menor necessidade de atendimento odontológico pelo médico-veterinário. Além disso, fornecer alimentos recomendados também poderá preservar a saúde dentária.
“Os pets assim como os humanos, necessitam da escovação diária para a remoção da placa bacteriana
e, consequentemente, evitar que este vire o famoso tártaro, que já é mais difícil de remover, sendo necessário realizar o tratamento odontológico pelo médico-veterinário”, enfatiza a doutora.
A docente explica que existem no mercado dois tipos de escovas para pets: as tradicionais, bem semelhantes as nossas, com tamanho de cabeça e quantidade de cerdas diferentes, e as do tipo dedeira, de plástico ou silicone, que se parecem com as indicadas para bebês.
Em relação aos tipos de alimentação, a médica-veterinária aponta que cães e gatos devem consumir alimentos recomendados para eles, uma vez que o grão de ração é indicado para o porte do animal, com
ação mecânica na mastigação, evitando acúmulos desnecessários na cavidade oral ou entre dentes. “Alguns petiscos devem ser evitados também para se prevenir da doença periodontal, principalmente oriundos da alimentação humana”.
Também é importante se atentar para as doenças e infecções causadas devido à falta de cuidados com os dentes dos bichos. Cães e gatos possuem dentes molares e alguns podem ser acometidos pela doença periodontal grave a ponto de ser necessária a extração.
“A utilização de aparelhos ortodônticos em medicina veterinária é bem restrita, sendo mais indicada em pacientes com deformidades graves em ossos da face ou acidentes que levaram a mobilidade dentária. Mais comumente, os pets passam por tratamento de canal para tentar preservar um dentre fraturado, com polpa dentária exposta. Entretanto, os animais são adaptados a perdas e quando necessária
a extração, rapidamente voltam a ingerir alimentos sólidos. O desconforto da doença periodontal normalmente é pior para apreensão e mastigação do alimento do que a perda/extração dos dentes”, conclui Valeska.