Uma prática que sai do empirismo e ganha espaço na alta genética.
A criação amadora de pássaros silvestres vem crescendo a passos largos na última década. Um exemplo é o curió ou avinhado (Oryzoborus angolensis) que, há pouco mais de 50 anos, os aficionados por esta espécie iniciaram sua criação em ambiente doméstico, primeiramente em grandes viveiros, pois as matrizes eram retiradas da natureza e tinham comportamento avesso à presença humana. No início desse hobby os animais eram alimentados com alpiste, algumas verduras como almeirão, jiló, milho verde, cupins e uma broa feita à base de farinha de milho e ovos cozidos.
Depois, com o sucesso de obter alguns filhotes, a espécie foi se acostumando com o cativeiro e se acomodaram perfeitamente em gaiolas de criação. Hoje, graças ao sucesso da reprodução em ambiente doméstico, a pressão de caça está extinta no Estado de São Paulo principalmente e podemos observar com facilidade, em algumas áreas, indivíduos reproduzindo em liberdade.
O sucesso na adaptação dessa e de outras aves silvestres resultou na organização de seus aficionados em associações e clubes de passarinhos espalhados por todo o Brasil, que organizam torneios e campeonatos das mais diversas naturezas, tais como aptidão de voz, repetição de canto num mesmo fôlego, andamento de canto, colocação de notas, fibra (valentia para defender seu território), cor no caso de canários e muito mais…
Essa organização e a paixão pela criação das diferentes aves fomentam um mercado muito grande. Aves chegam a custar mais de R$ 20.000. E todas são comercializadas com o conhecimento do Ibama. Além disso são aplicados os conhecimentos de genética na reprodução das espécies, seguindo os mesmos preceitos da bovinocultura. E, pode acreditar, existem muitos passarinhos com o status do touro bandido.