Medicamentos veterinários ilegais representam de 10% a 15% dos produtos consumidos no Brasil e movimentam, aproximadamente, R$ 600 milhões anualmente.
Os dados acima são do Sindan (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Saúde Animal) e trazem um alerta tanto em relação à saúde animal como também à saúde humana.
“A produção ilegal de medicamentos representa um risco à saúde pública, pois não há controle sobre a sua procedência e formulação e, consequentemente, como ele agirá no organismo do animal e de quem consome o alimento produzido pelo mesmo”, ressalta Diego Favero, especialista em Produtos para Grandes Animais, da UCBVET Saúde Animal, indústria de medicamentos veterinários.
Os produtos piratas são aqueles contrabandeados ou fabricados no país sem o registro nos órgãos competentes, sem testes e sem eficiência comprovada, além de falsificação de embalagens.
Segundo Favero, esse tipo de medicamento pode ter diferentes reações no animal, desde a não eficiência do tratamento, agravamento da doença e até mesmo o óbito de bovinos, suínos, equinos e aves, causando até mesmo prejuízos na produção e economia do criador.[userpro_private]
Pets em risco
Cães e gatos também sofrem com os medicamentos piratas, segundo a especialista em Produtos para Animais de Companhia, Karina Kowalesky. “Muitas pessoas afirmam que o mínimo que pode ocorrer ao pet é a ineficácia do produto, no entanto, isso pode ser crucial para o sucesso do tratamento e consequentemente garantindo a sua vida”, conta. “Para um medicamento ser aprovado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), diversos testes e estudos são obrigatórios, que vão desde a comprovação da qualidade da matéria-prima utilizada até mesmos testes de eficácia e segurança do produto”, completa.
A especialista ainda afirma que é muito importante que a empresa responsável por este medicamento dê respaldo técnico aos proprietários dos animais e ao médico-veterinário que utiliza o produto, para se sentir confiante sobre o que será oferecido e tirar dúvidas. “Na própria embalagem do medicamento o consumidor poderá identificar um número 0800 para possíveis esclarecimentos diretamente com os veterinários da empresa fabricante”, explica.
Conscientização
Diego Favero lembra que a conscientização é o primeiro passo para combater a comercialização de medicamentos ilegais. “É necessário que tanto os lojistas como os proprietários dos animais tenham informações sobre os prejuízos que o uso desse produto pode causar”, alerta. Entre as dicas para identificar um produto pirata estão olhar atentamente a embalagem do produto, notar se tem a marca registrada ou licenciamento do Mapa, número de registro seguido da data de licenciamento, informações sobre o responsável técnico pelo produto, data de validade e lote. “Olhar a bula também é importante. Geralmente medicamentos piratas apresentam as informações em língua estrangeira – dificultando mais ainda o manejo do medicamento”, afirma. Caso identificado um produto pirata, o consumidor deve informar aos órgãos reguladores como Sindan e Mapa. [/userpro_private]