Nas últimas semanas o mundo parou devido a um inimigo minúsculo, imperceptível aos nossos olhos chamado de coronavírus (Covid-19). Este patógeno está se disseminando rapidamente entre as pessoas de todas as faixas etárias, etnia e sexo, devido ao seu alto potencial de infectabilidade, até o dia de hoje tivemos 292 mil casos confirmados com 12 mil mortes
O Coronavírus é o agente etiológico causador da pandemia de 2019 que teve início na China e está rapidamente se expandindo por todo o mundo. Família do coronavírus, abrange um grande número de vírus que podem causar doenças em pessoas e outros em animais, sendo que o corona vírus que infecta os animais raramente tem potencial de infectar os humanos. Exemplo disto foram os vírus da SARS (Síndrome Respiratória Severa Aguda) e MERS (Síndrome Respiratória do Meio Leste) que se originaram dos animais e infectam os humanos. Suspeita-se que isto tenha ocorrido com a pandemia de agora, onde que mutações no coronavírus permitiu que o mesmo tivesse potencial de infectar os humanos.
Nós médicos veterinários, profissionais da área da Saúde, estamos acostumados a lidar com protocolos de quarentena além de combater de forma eficaz as epidemias que aconteceram nas ultimas décadas. Estamos cientes, dos riscos e das possíveis consequências que esta pandemia irá causar no Brasil e no mundo, porém podemos tomar algumas precauções para minimizar os seus efeitos. Ao importar animais, existe um controle sanitário muito rígido, no qual os médicos veterinários seguem a risca para minimizar os riscos da introdução de um agentes desconhecidos para o país importador. Isso acaba sendo negligenciado quando se fala em viagens realizadas por nós. Em poucas horas podemos estar em outro país, em outro continente tendo contato com milhares de outras pessoas facilitando assim a disseminação de patógenos.
Esta facilidade que temos hoje em dia de viajar, reduzindo as distâncias e tempo de viagem entre diferentes mundos acaba também facilitando a disseminação de microorganismos, oque é um risco para a saúde pública. Aliado a isto, temos o despreparo dos nossos governantes em não ter uma estratégia de combate as a estes inimigos ocultos, onde que verbas estão sendo cortadas do ensino, saúde e por último da pesquisa, áreas fundamentais para o desenvolvimento e progresso de um país. A China foi extremamente estratégica, fazendo com que um país altamente populoso tivesse um baixíssimo número de mortes, devido ações imediatas que foram tomadas pelos governantes, frente aos resultados de trabalhos de pesquisa realizados.
Agora mais do que nunca é importantíssimo que sigamos todos os nossos conceitos de biosseguridade minimizando a exposição dos Médicos Veterinários e consequentemente da população. O isolamento é fundamental para reduzirmos a transmissão deste vírus, pois sem ter uma célula para o vírus se replicar ele vai acabar morrendo, dependendo da superfície isto pode levar até 3 dias. Podemos reduzir este tempo, utilizando limpeza das mãos e superfícies tocadas, com água e sabão, hipoclorito a 10% ou até mesmo álcool 70%.
Evitem ao máximo sair de casa, realizando somente atendimentos de emergência e tomando todas as precauções possíveis. Mesmo o animal não se infectando com o Covid-19 ele poderá carrear o vírus portanto fazer a limpeza do mesmo com solução não irritante, e limpar o local após a consulta, ou atendimento. Sempre use EPI (Equipamentos de Proteção Individual), as Máscaras deverão ser trocadas ou desinfetadas durante cada atendimento. Com estes os cuidados vamos minimizar a transmissão do Covid-19.
M.V. Prof. Dr. Ricardo Zanella
Professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo Curso de Medicina Veterinária.
Presidente da Associação Gaúcha de Buiatria Vice Presidente da Associação Brasileira de Buiatria