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Mercado pet brasileiro desacelera e preocupa

Mercado pet brasileiro desacelera e preocupa

Pela primeira vez desde a pandemia, o crescimento do setor ficou abaixo dos dois dígitos, com faturamento de R$ 75,4 bilhões, refletindo a pressão cambial e a redução no consumo

O mercado Pet brasileiro, que vinha demonstrando forte resiliência mesmo em tempos econômicos desafiadores, deu sinais de desaceleração em 2024. Com um faturamento total de R$ 75,4 bilhões, o setor registrou um crescimento de 9,6% em relação ao ano anterior a primeira vez desde 2019 que o crescimento não atinge os dois dígitos, conforme revelam os dados do recente balanço divulgado pelo Instituto Pet Brasil (IPB) em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet).

O resultado ficou abaixo das projeções iniciais que estimavam um faturamento superior a R$ 77 bilhões. Entre os fatores apontados para essa desaceleração estão a inflação, as oscilações cambiais e a redução do poder de compra dos consumidores brasileiros.

“O setor pet segue sólido, mas os resultados de 2024 refletem os desafios econômicos e o peso da alta tributação sobre os produtos e serviços do setor”, analisa Caio Villela, presidente do Instituto Pet Brasil.

Distribuição do Mercado: Alimentos mantêm liderança

Em termos de segmentação, o setor de alimentos industrializados para animais de estimação continua dominando o mercado, com um faturamento de R$ 40,8 bilhões, representando 54,1% do total do setor.

A venda de animais por criadores ocupa o segundo lugar, com R$ 8,1 bilhões (10,8%), seguida de perto pelos produtos veterinários, com R$ 7,8 bilhões (10,4%), e serviços veterinários, com R$ 7,7 bilhões (10,2%).

Canais de venda: Pet Shops tradicionais ainda dominam

Quando analisamos os canais de distribuição, os pet shops de pequeno e médio porte mantêm sua posição de liderança, movimentando R$ 36,6 bilhões ao longo de 2024, o que representa quase metade de todo o varejo pet no País.

O segundo lugar é ocupado pelas clínicas e hospitais veterinários, com 18% do faturamento (R$ 13,4 bilhões), seguidos pelas redes de mega stores pet, com 9,3% de participação (R$ 7 bilhões).

E-commerce Especializado

No ambiente digital, os pet shops virtuais especializados lideram as vendas online do setor, representando 40,6% do faturamento do e-commerce, com R$2,3 bilhões. Em seguida, aparecem as lojas virtuais das mega stores, com R$ 1,5 bilhão (26,8%), e as lojas virtuais de pequenos e médios pet shops, com R$ 1,2 bilhão (21,5%).

“Apesar da relevância crescente do digital, este crescimento mais tímido é uma preocupação. O consumidor está mais criterioso, o que reforça a necessidade de estratégias eficientes para manter a competitividade”, afirma Villela. “O IPB segue acompanhando esse cenário e reforça a importância de um ambiente tributário mais equilibrado para garantir o avanço sustentável da indústria Pet.”

Produção de Pet Food: Primeira queda histórica

Um dado preocupante revelado pelo balanço foi a primeira queda na história da produção de alimentos para pets no Brasil. Com uma redução de 0,6% em relação a 2023, a produção ficou na casa das 4 milhões de toneladas, muito aquém do potencial do parque industrial brasileiro, estimado em mais de 9 milhões de toneladas.

As perspectivas para 2025 são ainda mais desafiadoras. “Calculamos que, para este ano, se o cenário tributário e o câmbio permanecerem como estão, a queda na produção será maior, chegando a quase 4%”, prevê o presidenteexecutivo da Abinpet e membro do Conselho Consultivo do IPB, José Edson Galvão de França.

Batalha Tributária: Continua

Um estudo econômico apresentado pela Abinpet e o IPB em Brasília, em 2024, demonstrou os benefícios que seriam gerados para todo o País com a isenção tributária para o setor Pet. De acordo com os levantamentos encomendados pelas entidades, uma isenção de 60% poderia alavancar a produção industrial para até 9 milhões de toneladas anuais e promover um aumento geral de 210% na arrecadação de impostos, considerando toda a oferta de produtos e serviços.

No entanto, o setor não foi contemplado com alíquotas reduzidas na Reforma Tributária, o que, segundo as entidades representativas, afasta ainda mais a população dos produtos e serviços para animais de estimação.

“Acreditamos que a inclusão do setor Pet nas alíquotas reduzidas é uma questão de justiça tributária e de saúde pública. Vamos continuar lutando por essa causa”, afirma Galvão de França.

O setor Pet brasileiro, apesar dos desafios, continua sendo um dos mais promissores da economia nacional. Com mais de 150 milhões de animais de estimação no País, segundo estimativas do IPB, o mercado demonstra resiliência mesmo diante das adversidades econômicas. No entanto, para que mantenha seu ritmo de crescimento nos próximos anos, será necessário superar obstáculos como a alta carga tributária e as oscilações cambiais que impactam diretamente o custo dos insumos e, consequentemente, o preço final ao consumidor.

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