Com as férias de janeiro, muitos tutores levam os seus pets para viajar, mas sem conhecer os devidos cuidados que devem ser tomados, inclusive por região (litoral, montanha e campo) na intenção de evitar problemas, contratempos, doenças e acidentes com os bichinhos.
Vamos começar falando do clima. O verão de 2023/2024 vem castigando bastante nas oscilações de temperaturas altíssimas e chuvas em níveis de temporais com granizo por todo o País. Considerando o clima como fator número um a se atentar, é importante que lembremos que cães e gatos são quadrúpedes, portanto, por estarem com o corpo sempre próximo ao piso, a temperatura para eles é como um forno, pois o sol bate no chão, esquenta e sobe. Nós, bípedes, temos a vantagem de não sentir da mesma forma.
Assim, é necessário que haja um ou mais locais de refresco (há tapetes no mercado
Pet que são de fácil transporte e fazem muito bem este trabalho). Água fresca e limpa é imprescindível, porém, durante viagens de carro, alguns Pets ficam nauseados, há medicação para evitar este estresse / ansiedade pelo movimento do carro (que devem ser prescritos pelo médico-veterinário). Não se esqueçam do cinto de segurança em viagens de carro ou caixa de transporte quando o Pet está habituado, para não gerar acidentes ou algum estresse extra. Além deste ponto medicamentoso, sugiro, fortemente, que não ofereçam água e comida no percurso da viagem.
Em caso de calor extremo, manter uma toalha (exclusiva para este fim) molhada em água geladinha e deixar o Pet ir mordendo sob supervisão. Esta técnica evita que o animal tenha vômitos e inale o conteúdo por falsa via, indo parar nos pulmões.
As vacinas, vermífugo e antiparasitário, devem estar em dia e, para cada região, pode ser necessário o uso de alguma específica, já que existem doenças endêmicas regionais por todo o País e, muitas delas, podem ser evitadas com as dicas de prevenção, mas toda e qualquer prescrição, recomendação deve partir de um médico-veterinário. Um exemplo muito comentado e preocupante é a dirofilariose, também conhecida como “verme do coração”. É transmitida por um mosquito endêmico do litoral brasileiro e temos no mercado Pet algumas marcas extremamente eficazes para prevenção desta questão, porém reforço a importância de que os tutores, com certa antecedência às viagens, busquem o único profissional habilitado a fornecer estas informações. Me coloco à inteira disposição caso haja dúvidas.
Em locais como fazendas é comum a presença de carrapatos. São diversas as espécies e que podem transmitir várias doenças que impedem a correta coagulação do sangue. Mais uma vez, aqui há a necessidade de obter a prescrição de um antiparasitário realmente eficaz. Embora o tutor siga todas as instruções, há a possibilidade de o pet ser picado, então um check-up na volta da viagem, com os devidos exames de sangue, é bastante recomendado.
Em se tratando de uma viagem para local onde o tutor desconheça a segurança (portões, rotas de fuga etc.) é imprescindível que tenha um plano B caso o local não seja seguro para os animais. Logo, buscar saber ao certo em que condições o pet poderá se instalar, antes de fechar o pacote, seria o cenário ideal preventivo.
Outra informação importante para se obter com antecedência é a disponibilidade e qualidade dos serviços veterinários da região, caso se faça necessário. E, é por isso que insisto, neste artigo, que os tutores não viagem com seus pets sem consultar o médico-veterinário. A prevenção é sempre a melhor ferramenta para o bem-estar animal e, logo, para o aproveitamento e diversão de toda a família durante as férias.
Renata Gardelin é médica-veterinária e educadora da Bem Cuidar Animal