Nos últimos anos, os animais de estimação ganharam status de membro da família e passaram a viver dentro das casas brasileiras. Essa mudança de comportamento dos donos movimentou também as pet shops, que passaram a oferecer opções cada vez mais diferenciadas para os bichinhos – principalmente aquelas voltadas para saúde.
É o caso, por exemplo, da venda de insetos para alimentação animal, a fim de promover o instinto de caça (quando fornecidos vivos) e nutrição completa (por serem ricos em proteínas, ácidos graxos e minerais de alta digestibilidade).
Na região Sudeste, mais de 200 pet shops, lojas de aquarismo ou especializadas em animais exóticos já têm insetos como tenébrios, grilos e baratas nas prateleiras. Os insetos vivos são entregues em embalagens especiais que garantem o consumo em até 30 dias. Já a versão desidratada dura muito mais.
Eduardo Matos, proprietário da Safari, empresa especializada na criação de insetos, explica que grilos, tenébrios e baratas podem ser oferecidos a pássaros, peixes, roedores, répteis e mamíferos, como é o caso dos macacos. “Por se tratar de uma novidade no Brasil, os donos fazem a primeira compra de insetos em caráter experimental, mas em 100% dos casos eles voltam para buscar mais unidades”, relata.
A aceitação tem expandido as fronteiras de vendas. Matos já se prepara para atender às demais regiões do Brasil. “Estamos preparando a venda para lojas de outras regiões e também a venda on-line pelo site da Safari”, conta.
O “cardápio” oferecido pela Safari é composto por: grilo preto (Gryllus assimillis), tenébrio gigante (Zophobas morio), tenébrio comum (Tenebrio molitor), barata cinérea (Nauphoeta cinérea) e barata blaberus (Blaberus giganteus).
Segundo Matos, o sistema de produção é bem simples, mas há cuidados específicos para manter o ambiente sempre limpo e sem exposição a dejetos. “A alimentação dos insetos é preparada com farelo de trigo, milho, cevada e vegetais como legumes e folhas, de onde eles também retiram a água que necessitam. Os excrementos são retirados semanalmente de um reservatório no fundo de cada baia, onde caem por gravidade, mantendo o ambiente sempre limpo. O ambiente é controlado, a fim de evitar contaminação ou contato com espécimes de fora. São todos bem limpinhos”, explica.