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Felinos

De acordo com a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação), o mercado pet brasileiro é o segundo maior do mundo em faturamento, atrás apenas da China. Boa parte deste crescimento está relacionado ao aumento da população de animais de estimação nos lares, sobretudo de gatos que, em seis anos, cresceu mais que o dobro do que a de cães.

Os brasileiros estão cada vez mais gateiros e os dados comprovam: já são mais de 22 milhões de gatos no país e a expectativa é ultrapassar 30 milhões até 2022, segundo dados do IBGE.

Além de serem animais inteligentes e amorosos, o aumento da população de felinos aconteceu também devido à mudança no estilo de vida das pessoas: independência e fácil adaptação a ambientes pequenos são alguns dos fatores que têm levado o brasileiro a se interessar e optar cada vez mais pelos bichanos.

Com este crescimento, é preciso informação para que se realize a guarda responsável. Uma pesquisa recente realizada pela Royal Canin, marca líder em alimentação super premium para  gatos e cães, descobriu que, embora 45% dos tutores de gatos os considerem como um
membro da família, metade deles adia a visita ao consultório veterinário. O dado é preocupante, uma vez que atrasa a identificação de um possível problema.

Para Marília Bianchini, veterinária e analista de desenvolvimento de produtos para pets da Vetnil, ao adotar um gato o tutor deve ter consciência que, apesar da personalidade independente e tranquila, felinos necessitam de companhia humana, muito lazer e atenção aos hábitos nutricionais. “O ambiente em que o gato habita deve permitir e estimular a exploração, contendo brinquedos, superfícies altas, pontos de esconderijo e arranhadores verticais. Para alimentação é importante se atentar ao recipiente para fornecimento de ração, que deve ser preferencialmente amplo e com bordas baixas, e à água, que deve ser sempre trocada, lembrando que o gato normalmente prefere ingerir água corrente.” A profissional ainda ressalta a necessidade de levar o gato ao veterinário com frequência e manter a vacinação e a vermifugação sempre atualizadas.

Outro ponto importante a ser considerado é o acesso à rua. Apesar do instinto caçador e aventureiro dos felinos, gatos domésticos devem ser mantidos estritamente dentro de casa. Em caso de apartamentos, a telagem de janelas e outros locais de possível fuga é obrigatória. Tais cuidados prolongam a vida dos gatos e os protegem de brigas, maus-tratos, atropelamentos e doenças.

pelamentos e doenças. Marília Bianchini acrescenta ainda que apesar da população felina estar cada vez mais presente em lares brasileiros, muitos tutores cometem erros na criação de seus gatos. O principal deles é achar que o pet é um cachorro pequeno, com as mesmas necessidades dos companheiros caninos. Porém a veterinária aponta que a diferenciação entre os animais gera desatenção para alguns cuidados que os gatos demandam tanto quanto cães. Entre eles estão a castração e estímulos como brincadeiras e exercícios. Muitos mitos ainda precisam ser combatidos com relação ao comportamento e as necessidades dos gatos.

Os maiores deles são de que gatos não podem ser adestrados, que é bom oferecer leite para eles (por serem animais carnívoros, a ingestão de leite só ocorre na fase de aleitamento, ou seja, quando são recém-nascidos e este leite só pode ser de origem materna ou equivalente comercial específico para a espécie, conhecidos como sucedâneos) e, principalmente que são antissociais e não gostam de contato com humanos. Ao vencer esses preconceitos, tutores podem descobrir que além de serem ótimas companhias, gatos também contribuem para a saúde dos humanos e são adições fiéis e afetuosas a qualquer família.

A médica-veterinária Natália Lopes, líder de Comunicação Científica da Royal Canin Brasil, elencou 10 curiosidades sobre os felinos para um melhor entendimento da espécie:

1) A domesticação dos gatos começou a ocorrer a partir de 7.500 a.C. Os primeiros fósseis foram encontrados em uma região desértica, no norte da África. Esse fato explica muito sobre a fisiologia urinária dos felinos – em um ambiente com escassez hídrica, o organismo concentra a urina e ele é capaz de sobreviver com pouca ingestão de água. Esse fato explica os gatos atuais ainda beberem pouca água e concentrarem a urina.

2) Gatos possuem visão tridimensional e noturna, fator que garante que sejam exímios caçadores. Hoje, o comportamento de caçar mesmo sem ter fome é um reflexo da sua ancestralidade.

3) O paladar dos gatos é menos desenvolvido se comparado aos cães e aos humanos: possuem aproximadamente 475 receptores gustativos, enquanto os cães têm 1.700 e os humanos 9.000. Gatos também não sentem o sabor doce.

4) O olfato, diferente do paladar, é bem desenvolvido, e é o primeiro sentido que atrai o gato para o alimento. Depois do olfato, os gatos poderão mostrar preferência pela sensação do alimento na boca, provocada pelo tamanho, forma, textura e sabor.

5) A audição dos felinos é bastante aguçada e melhor que a de um cão. Eles têm capacidade de orientar o ouvido na direção do som, pois contam com 32 músculos na região, enquanto cães têm cerca de 18 e os humanos têm apenas 6. Esse sentido é um fator-chave para seu comportamento alimentar de caça.

6) A infância do gato é dividida em duas fases distintas: a primeira, que vai até os 4 meses e se caracteriza por um crescimento intenso, quando ele adquire até 50% do peso que terá quando adulto. A segunda vai dos 4 meses a 1 ano e se caracteriza por um crescimento mais harmonioso.

7) A fase madura se inicia aos 7 anos. A partir dos 12 anos, ele entra no estágio senil.

8) O período de socialização dos gatos ocorre em sua primeira fase de vida: esse é o momento para lhes apresentar, por exemplo, texturas diferentes de alimentos e colocá-lo em contato com outros animais.

9) Os gatos se comunicam com seus tutores de diversas maneiras por meio do corpo, sons e gestos. Por exemplo, o ronronar pode representar submissão e contentamento, já o gesto de movimentar o rabo demonstra geralmente irritação, ao contrário dos cães, que costuma ser interpretado como satisfação.

10) A paixão por gatos chama-se ailurofilia. O termo vem do grego, que significa gato + paixão.

 

 

 

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