Você já deve ter ouvido falar que os algoritmos são os responsáveis por aquilo que aparece na sua timeline enquanto você navega pelas redes sociais ou nas páginas da Internet.
Mas para saber exatamente como eles funcionam, a especialista em marketing e mestre em comportamento de consumo, Fátima Bana, revela que o trabalho humano ainda é o grande responsável por isso.
Se você tem a impressão de estar sendo perseguido por alguma marca ou produto na Internet, saiba que o responsável pelo marketing digital dessa empresa fez a lição de casa direitinho. “Sabe aquele: quem é, o que gosta, do que se alimenta, onde vive, como se produz? É isso que o profissional de marketing digital precisa responder para cada ação que irá desenvolver”, brinca Fátima.
Para que as pessoas sejam bombardeadas com conteúdos, imagens e anúncios que fazem os olhos brilharem, o algoritmo precisa estar 100% alinhado com a estratégia da empresa. Para quem não conhece, os algoritmos são uma série de regras e procedimentos definidas a partir de um conjunto de dados. “É como uma receita de bolo. Para chegar ao resultado é preciso seguir a lista de ingredientes, o passo a passo no modo de preparo e o tempo exato no forno, bem como a temperatura e a forma adequada, senão, algo dará errado. Com os algoritmos é a mesma coisa, a diferença é que, para cada bolo, há uma receita que precisa ser criada, testada e ajustada de acordo com a situação”, afirma.
E, neste caso, o cozinheiro em questão, que é o responsável pelas ações de marketing, precisa conhecer o gosto dos seus clientes e todas as suas preferências. “Não adianta servir bolo de chocolate se os seus consumidores são veganos, por exemplo.”
Embora não haja receita, Fátima Bana alerta que a estrutura é sempre a mesma. Primeiro, é preciso entender quem é o seu público e traçar um perfil, delimitando preferências, gostos, localidade, poder aquisitivo, estilo de navegação; depois, é preciso conhecer quais são as dores que eles têm e qual produto ou serviço que você vende irá ajudá-los; e a partir daí fazer os algoritmos trabalharem a seu favor. “Além de todas as ações dentro do funil de growth, a usabilidade do site, qualidade dos links e dos conteúdos oferecidos, correspondência com a palavra-chave, localização e histórico do usuário são alguns dos pontos que merecem atenção”, finaliza.
Até porque estas ações são determinadas por humanos. São os homens que alimentam as máquinas e, por isso, a análise humana ainda é o principal fator de sucesso ou insucesso para a sua campanha. “De nada adianta ter o melhor produto, preço competitivo, valor agregado, se a pessoa que precisa ser atingida por isso nem sabe da sua existência.
Não dá para vender um produto para quem não tem interesse em consumi-lo, para quem não se identifica com a sua marca. Sem traçar metas, analisar os dados e cruzar todas as informações (on-line e off-line), você está simplesmente jogando dinheiro fora e atingindo pessoas que não serão suas clientes”, garante.
O executivo que administra as ações de marketing precisa entender os dois lados, mas principalmente o comportamento do seu cliente, desde a hora que ele pesquisou sobre o seu produto, até o momento que a compra chega na casa dele (cenário ideal). “Senão, em qual momento ele deixou a sua loja virtual, colocou produtos no carrinho e não concluiu a compra? Ficou muito tempo em uma mesma página? Saiu e retornou diversas vezes? Por onde ele veio? Como chegou até você? Enfim, sem descobrir toda a jornada da compra, os algoritmos continuarão sendo apenas algoritmos”, finaliza.
Fátima Bana é especialista em Marketing pela University Of California e explica como melhorar o desempenho das marcas usando os algoritmos.