Atualmente existem mais de 110 mil veterinários ativos no Brasil, de acordo com as informações disponíveis no site do Conselho Federal de Medicina Veterinária – CFMV. A mesma fonte revela a existência de 193 faculdades da profissão, a maioria delas concentrada nos estados de SP, MG, PR e RJ. Segundo dados da Fuvest, a relação candidato X vaga para medicina veterinária aumentou de 19,31 em 2012 para 22,41 em 2013, o que revela um maior interesse pela profissão.
No ambiente universitário, tudo indica que a maioria dos aspirantes ainda incorpora o estereótipo do ofício, ou seja, o atendimento a animais de pequeno, médio e grande portes, seja no campo, em clínicas ou pet shops, zelando por sua saúde ao longo da vida. Isso porque a atuação na área clínica é realmente uma das opções mais comuns, com especialidades cada vez mais desenvolvidas (diagnóstico por imagens, oncologia, cardiologia, fisioterapia, dermatologia, acupuntura etc). Além de clínicas e hospitais cada vez mais equipados e especializados, nota-se que há forte tendência na prestação de serviços diferenciados, como pet sitter, adestramento e recreação.
No entanto, existem outras áreas de atuação para o veterinário no mercado de trabalho, tais como a industrial, no desenvolvimento de produtos como medicamentos (alopáticos e homeopáticos) e alimentos para animais. Aliás, o
segmento de pet food em termos de volume de negócio é o mais representativo dentro do setor, com 68,5% do faturamento, segundo a Abinpet.
Para produzir alimentos de alta qualidade para cães e gatos é necessário contar não só com uma indústria moderna, tecnologia de ponta e as melhores matérias-primas. É necessário também uma equipe altamente qualificada de médicos veterinários e zootecnistas. São eles que, com base em seu conhecimento e especialização em nutrição, entendem das necessidades alimentares dos animais e são capazes de formular os melhores produtos. Atuam em pesquisa e desenvolvimento, controle de qualidade, treinamento e capacitação, além de administração e marketing. É preciso estar sempre atento para as demandas do mercado, que está cada vez mais exigente e especializado.
Ainda na área industrial, há possibilidades de trabalho em inspeção sanitária de estabelecimentos que trabalha com produtos de origem animal. E além do setor privado, o profissional pode ainda enveredar pela saúde pública, como agente da vigilância sanitária ou em instituições que realizam campanhas de erradicação e controle de zoonoses (doenças passíveis de atingir os homens). Também existe um campo de trabalho na área acadêmica, onde mestres e doutores contribuem para a geração de conhecimento e para a formação de futuros profissionais e especialistas.
Portanto, embora a atuação clínica ainda seja a preferência de boa parte dos ingressantes na medicina veterinária, é válido sinalizar aos profissionais que o leque de opções é amplo e uma carreira pode se desenvolver também por outros caminhos. E que todas as atividades possuem igual importância para a sociedade, cada uma em seu espaço.