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A polêmica dos petiscos

A polêmica dos petiscos

Desde o começo do mês de setembro, uma notícia vem chacoalhando o mercado Pet, a contaminação do propilenoglicol — aditivo usado na produção de alimentos e de petiscos para cães, que matou mais de 50 animais até o momento.

Da noite para o dia, a Bassar Pet Food se tornou uma das empresas mais conhecidas no segmento de alimentação animal. Mas, não por um bom motivo. A marca entrou no centro de um escândalo: seus produtos teriam causado a intoxicação e a morte de cerca de 30 cachorros. Sediada em Guarulhos (SP), a companhia anunciou o recall de todos os produtos fabricados a partir de fevereiro de 2022, com numeração acima do lote 3.329.


Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), houve contaminação em petiscos caninos da empresa pela substância monoetilenoglicol (usada para resfriamento de produtos), caso similar ao que aconteceu com as cervejas da Backer, que causaram dez mortes de consumidores.
Para todos os lotes de alimentos suspeitos, o órgão também já havia determinado que as empresas registradas junto ao Ministério suspendessem imediatamente o uso em suas linhas de produção de dois lotes da matéria-prima propilenoglicol adquiridos da empresa Tecno Clean.

As investigações sobre o que poderia ter causado a intoxicação, conduzidas pelas policias civis de Minas Gerais e de São Paulo apuram se os certificados de lotes do propilenoglicol vendidos pela empresa Tecno Clean sofreram algum tipo de adulteração. A suspeita é de que o produto utilizado na fabricação dos biscoitos para cães não seja apropriado para a indústria de alimentos.

Ao todo são cinco empresas que estão sendo investigadas, mas o mercado todo está sentindo o reflexo. Tutores de pets estão receosos em ofertar o mimo para seu animalzinho, fazendo com que toda a cadeia sofra prejuízo.

A GiganT Group fabricante dos petiscos Doogs tem sentido um retrocesso nas vendas por conta da crise, mesmo sem estar na listagem das empresas notificadas. “O mercado está abalado com toda essa tragédia. As pessoas estão com medo, não querem mais que seus pets consumam petiscos. E não é bem assim! Existe seriedade de grande maioria das marcas”, declara Maycon Biazzini, diretor da GiganT Group.

Maior empresa do setor e com capital aberto na Bolsa, a Petz era uma das principais revendedoras dos produtos da Bassar Pet Food. Com a divulgação dos laudos sobre mortes de cães, a Petz recolheu todos os produtos da marca de suas lojas na mesma semana. A empresa diz que o laudo pericial não apontou a presença de substância tóxica no petisco Every Day, mas sim no Dental Care.

Outra empresa que tem sido prejudicada pelo fornecedor de matérias-primas é a Petitos Indústria e Comércio de Alimentos, que de forma cautelar já vem recolhendo do mercado todos os produtos que poderiam conter em sua fórmula qualquer tipo de insumo recebido da empresa Tecno Clean, assim como tem prestado esclarecimentos e orientações em sua rede social e vem atendendo seus consumidores por meio de seu SAC. “Em paralelo, a Petitos revisou seu processo de produção e qualidade e tem a certeza de que continuará a oferecer produtos de alta qualidade e credibilidade”, diz a empresa em um comunicado.

Por também se sentir lesada diante de todo o ocorrido, a Petitos acionou seu corpo jurídico para que possam ser tomadas todas as medidas legais a fim de resguardar seus direitos. “Existem marcas sérias – a maioria, inclusive – que não colocam vidas em risco. O Ministério da Agricultura tem mecanismos eficientes de controle. Tudo isso deve ser apurado e investigado o mais rápido possível”, afirma Maycon.
A cada ano o mercado Pet se consolida como impulsionador da economia, mesmo diante da recessão econômica devido a pandemia dos últimos anos, o setor se manteve em ascensão e o segmento pet food está na liderança, com faturamento no primeiro trimestre de R$ 33,1 bilhões, representando uma alta de 16,7% em relação ao ano de 2021, segundo o Instituto Pet Bra-sil.

Por esse motivo, a Abinpet acha prematuro falar num abalo perceptível no faturamento do setor. “Ainda é cedo para falarmos de efeitos no mercado. De todo modo, trata–se de um evento isolado, que não serve de retrato da indústria Pet nacional. Somos o segundo maior produtor do mundo e estamos entre os dez primeiros em exportação”, declara José Edson Galvão de França, presidente-executivo da Abinpet.

De acordo com a Abinpet, atualmente são fabricadas milhões de toneladas de pet food por ano, e parte delas é exportada. O alimento pet para ser comercializado é avaliado com base em critérios rigorosos de segurança e qualidade, determinados por legislações nacionais e internacionais. “Portanto, temos uma indústria que cresce ano a ano, com processos validados nacional e internacionalmente”, argumenta José Edson.

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