DHA: uma estratégia promissora no tratamento de câncer!

Ele é um dos ácidos graxos condicionalmente essenciais provenientes do ômega 3.

O processo de conversão dos ácidos graxos (AG) essenciais (ALA – ácido α-linolênico) da série ômega 3 passa, principalmente, pela seguinte metabolização:

Em cães, existe um déficit na conversão de ALA em EPA, via enzima delta-6-desaturase, prejudicando a formação de EPA e, consequentemente, a de DHA. Em gatos, essa conversão não ocorre devido à inatividade desta enzima. Devido à formação limitada de EPA/DHA em cães e inexistente em gatos, a suplementação com o DHA é indicada para estas espécies, podendo ser utilizada em qualquer fase da vida do animal.

Supressão de células tumorais

A presença do DHA na comunicação intercelular do organismo possibilita que receptores celulares apresentem o suporte nutricional necessário para ação, estimulação e modulação da imunidade do animal. Pela supressão
das células neoplásicas e modulação da imunidade, o conceito de crescimento desordenado e disseminação celular reduz, pois a conexão entre células tumorais e seus receptores deixam de ocorrer, diminuindo as chances de metástases, contribuindo para retorno à saúde das células do organismo.

Outra ação importante do DHA em células cancerígenas é sua participação no controle da produção de prostaglandinas via COX-2, substâncias promotoras do processo inflamatório e reguladoras da apoptose (morte celular), contribuindo de forma positiva na modulação da imunidade e na redução da inflamação, auxiliando no tratamento oncológico.

A sinalização entre mediadores inflamatórios (interleucinas) e células tumorais resulta no aumento do gasto energético, durante a ativação do sistema imunológico, os quais ocorrem na tentativa de controlar a multiplicação celular desenfreada. Com a sinalização dos receptores celulares equilibrada devido à ação do DHA, a comunicação celular é otimizada, resultando em melhores condições de sinergia celular, dando suporte à alta demanda de energia que o organismo recebe quando condicionado ao desenvolvimento de tumores. Estes efeitos auxiliam no bem-estar animal, melhorando os sinais clínicos em doenças mais graves.

A suplementação com DHA potencializa a inibição do crescimento tumoral em tratamentos quimioterápicos com doxorrubicina, fármaco esse bastante utilizado na Oncologia Veterinária. Além disto, o DHA também tem a capacidade de atuar facilitando a ativação das caspases 8 e 9 e, consequentemente, favorecendo a ocorrência da morte celular programada (apoptose). Sabe-se que a administração de DHA reduz a produção do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) e do fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), reduzindo desta maneira a angiogênese no tumor, o que sem dúvida é interessante para minimizar o crescimento e a disseminação tumoral.

A literatura relata também que o emprego de DHA reduz a expressão e ação das metaloproteinases, enzimas que apresentam a capacidade de degradar as barreiras teciduais e assim facilitar tanto a invasão tumoral local, como também a progressão das lesões metastáticas. Ao ser administrado como suplemento alimentar nutricional, o DHA irá inibir a comunicação entre células cancerosas, diminuir a multiplicação celular e retardando o crescimento de tumores, possibilitando uma maior eficácia dos tratamentos contra os cânceres.