Tutor precisa prepará-los para a separação ao retornar ao modelo híbrido ou presencial de trabalho
Um companheiro de todas as horas, foi assim a relação entre tutores e pets durante a pandemia. De acordo com a pesquisa Radar Pet 2021, o número de pets nos lares brasileiros aumentou 30% durante a pandemia e, em 23% dos casos, foi a primeira vez que os respondentes adotaram um animal de estimação.
Não à toa, o interesse por produtos deste segmento explodiu na Black Friday, segundo pesquisa realizada pelo Google e, agora, surge a preocupação com a necessária separação em função do retorno ao trabalho presencial e/ou híbrido.
“Com o aumento da vacinação da população e a retomada do trabalho presencial e/ou híbrido, a interação entre tutores e pets tende a diminuir drasticamente. Sem dúvida, se o tutor ficou o tempo todo com o pet durante a pandemia, a ansiedade de separação será inevitável, pois qualquer fator que altera a rotina dos pets, como: saídas longas, seja para trabalho, faculdade, escola, falecimento, separação ou férias longas, podem impactar a saúde mental dos animais e refletir até na saúde física”, aponta a veterinária da DrogaVet, Alessandra Farias.
Segundo a especialista, mesmo ainda não tendo muitos estudos que apontem qual o grau específico de ansiedade, sua verificação ocorre através do comportamento dos pets. “É necessário prestar atenção ao comportamento deles, como, por exemplo, vocalização excessiva e ações compulsivas. Os pets podem apresentar lambeduras constantes, defecação e micção em locais inapropriados, quadros de vômitos, diarreias, entre outros sintomas. O tutor deve perceber e separar o que é um erro isolado do que é manejo ambiental, relacionado ao comportamento da síndrome de ansiedade de separação. Por isso, a importância de conhecer bem os hábitos do animal”, explica Alessandra.
Outro ponto que chama a atenção, segundo a veterinária, é que mesmo sendo mais comum diagnosticar em cães, os felinos também podem apresentar quadros de ansiedade. “Ao contrário do mito popular de que gato é um animal mais independente, o tutor não pode deixar de observar e comparar o comportamento, pois, atualmente, encontra- mos um número expressivo de gatos com problemas comportamentais”, informa a especialista.
Minimizando o estresse
A indicação, segundo a profissional, é para que o tutor que ainda não retomou às atividades profissionais e/ou os estudos fora de casa, inicie um treinamento para deixar o pet mais independente.
O primeiro passo é reconhecer o comportamento alterado e buscar corrigir as mudanças. Os cães, por exemplo, aprendem por imitação, indução, tentativa e erro. “Quando o pet chora e o tutor corre para dar atenção, o pet aprende como fazer para conseguir o que quer. Então, a dica é observar e não atender aos chamados de imediato. Também
é recomendado, que o tutor saia, pelo menos, três vezes por semana, por pelo menos uma hora, e deixe biscoitos e brinquedos espalhados pela casa para o pet se distrair nesse período. Mas, em casos mais graves, de apatia, falta de apetite ou outros que afetem o comportamento ou a saúde física, o tutor deve procurar o médico-veterinário”, comenta.
Segundo a veterinária, muitas vezes é necessário buscar uma terapia para o tratamento de ansiedade, que vai desde a utilização de fármacos ansiolíticos controlados, até a fitoterapia e a homeopatia, indicados pelo veterinário do pet,
conforme o caso. “Aliados do tutor, no tratamento, são os medicamentos manipulados, que unem as matérias-primas dos fármacos com fitoterápicos, como Kava Kava, Valeriana, Passiflora e Camomila, por terem propriedades ansiolíticas e calmantes”, pontua Alessandra, informando também que eles podem ser manipulados em formato de caldas e molhos, no sabor que o pet mais gosta – picanha, peixe, frutas, etc.