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Terapias alternativas ganham força na Medicina Veterinária

Terapias alternativas ganham força na Medicina Veterinária

No Brasil, práticas integrativas de Medicina Veterinária, como a acupuntura animal, vêm conquistando cada vez mais espaço.

As práticas integrativas já estão disponíveis para quem busca maior variedade de terapias para ajudar na saúde do pet. Por buscar o equilíbrio fisiológico, é recomendada às mais diversas necessidades e quadros de pacientes. A busca pela técnica nos mais diferentes quadros tem ganhado força nos últimos 10 anos devido aos ótimos resultados quando utilizada em tratamentos com a medicina convencional ou mesmo isolada.

“O tratamento, assim como em humanos, tem como objetivo resolver a raiz do problema e não só dos sintomas. Sendo indicado em praticamente todas as patologias, desde controle de dor a distúrbios digestivos, e até displasia. O mais importante, a acupuntura alivia dores crônicas no seu pet de estimação”, destaca Dra. Valéria Pires Correa, diretora técnica no Centro Veterinário Seres. Dr. Huber Gama Filho, médico-veterinário que presta serviços de acupuntura no Centro Veterinário Seres (Grupo Petz), afirma que se trata de uma terapia reflexa, que busca por meio de estímulos em pontos específicos do corpo desencadear uma resposta local ou sistêmica.

“A acupuntura veterinária tem ganhado muito espaço tanto como parte de uma medicina integrativa quanto como terapêutica principal. Este fato deve-se à grande quantidade de pesquisas na área e os resultados alcançados em suas diferentes técnicas. Um detalhe importante a ser lembrado: O profissional responsável por esse tratamento deve ser graduado em Medicina Veterinária, e também ser especializado em acupuntura veterinária, para que o resultado seja concreto, evidente, assim como a melhora dos pacientes”, ressalta Dr. Gama Filho.

De acordo com Gama Filho não há restrições quanto à espécie, todos os animais podem se beneficiar da técnica. “Existem diferentes técnicas de acupuntura para diferentes animais e espécies. O mesmo vale para o profissional, já que existem os especializados em certas espécies, como pequenos animais (cães e gatos), grandes animais (equinos) e silvestres. A técnica é altamente recomendada para o tratamento e controle de doenças neuromusculares, dor e outros quadros comuns como doenças renais, cardiopatias, convulsões, dermatopatias e alterações comportamentais, que têm apresentado alto grau de resposta terapêutica quando associamos a acupuntura e medicina tradicional chinesa. Mais recentemente em internação e UTI a acupuntura tem se mostrado como uma ferramenta de grande valia, ajudando na recuperação dos pacientes neste momento tão delicado”, esclarece o veterinário acupunturista.

O veterinário esclarece que o tempo de tratamento varia de acordo com a patologia a ser tratada. Em patologias agudas, como uma crise de hipertensão, o tratamento deve ser agudo e pode durar horas ou poucos dias. Já nas patologias de caráter crônico como paralisias e hérnias de disco o tratamento pode evoluir para alguns meses. Uma característica do tratamento também diz respeito ao intervalo das sessões, que pode se iniciar com maior frequência e diminuir com o tempo. Outras patologias comumente tratadas com acupuntura veterinária são: discopatias ou doenças de disco intervertebral (como, por ex. as hérnias de disco), displasia coxofemoral, quadros de dor, processos alérgicos, suporte a quadros oncológicos, hipertensão, alterações cognitivas, entre outros.

A acupuntura tradicional é realizada com agulhas e a inserção destas na pele do animalzinho pode desencadear um leve desconforto, como uma picada de inseto. Após a inserção da agulha, o animal não deve continuar desconfortável, sendo, na verdade, na maior parte das vezes bastante agradável e relaxante. Os pets, no geral, são mais resistentes à dor do que nós e tendem a aceitar muito bem a terapia sem se incomodar com as “picadas”. De qualquer forma, acupuntura não é realizada apenas com agulhas e o estímulo pode ser realizado com diferentes técnicas de acordo com o pet e sua sensibilidade, assim como a patologia a ser tratada. Técnicas com a utilização do laser e a moxabustão (calor) também podem ser realizadas nos atendimentos e o aceite por parte dos pacientes é elevado e com ótimos resultados, além de muito agradável.

Outra vertente alternativa que tem ganhado cada vez mais adeptos no mercado pet são os florais. Muitos fatores podem influenciar o humor dos cachorros. Mudanças no lar, uma rotina pouco saudável, falta de exercícios, e até mesmo os sentimentos do próprio tutor! Na turais e pouco invasivos, os florais são uma boa alternativa como tratamento complementar. Mas como funciona floral para cachorro? Os florais são medicinas naturais. A essência de diferentes flores é extraída e utilizada para tratar problemas emocionais. Esta essência pode ser utilizada pura ou diluída, sozinha ou combinada, dependendo do tipo de enfermidade que se está cuidando. Basta pingar algumas gotinhas na língua do cachorro para observar seus resultados.

Os florais são recomendados tanto para cães como para os gatos. São desenvolvidos para auxiliar em tratamentos específicos, tais como: latidos excessivos, ansiedade, estresse e agressividade, lambeduras, entre outros males emocionais.

E, por fim, existem os pets que estão seguindo a prática saudável de seus tutores e passam a fazer uso de suplementos alimentares, os chamados nutracêuticos para manter a saúde em dia. O ritmo de vida mais saudável praticado pelos humanos está sendo adotado, reflexamente, pelos pets. Segundo uma pesquisa divulgada em setembro de 2019 pela ABIAD (Associação Brasileira de Indústria de Alimentos), de 2015 para cá o consumo de suplementos alimentares no Brasil aumentou 10% e há, no mínimo, uma pessoa consumindo esse tipo de produto em 59% dos lares brasileiros.

Paralelamente a essa pesquisa, o IBGE divulgou, no mesmo período, os dados da PNS (Pesquisa Nacional de Saúde), dando conta que cães e gatos estão presentes em 47,9 milhões de domicílios no Brasil, sendo que em 46,1% há, pelo menos, um cachorro e em 19,3%, ao menos, um gato.

Diante dos dados apresentados, é possível inferir que o uso da suplementação alimentar está, consequentemente, cada vez mais comum também entre os pets e, segundo a médica-veterinária parceira da Drogavet, Bruna Saponi, assim como nos humanos, ela serve para complementar a alimentação e ajudar no metabolismo do organismo. “Vivemos uma era em que há uma maior preocupação das pessoas com a saúde e com o esporte, e isso faz com que os tutores também pensem com mais assiduidade na saúde, bem-estar e qualidade de vida de seus animais de estimação”, explica Bruna.

Nesse sentido, a veterinária informa que é importante diferenciar o que são suplementos alimentares e o que são nutracêuticos. “A suplementação alimentar é o gênero, da qual fazem parte os nutracêuticos, os complementos alimentares, os suplementos de vitaminas e minerais e os alimentos funcionais. Já os nutracêuticos são manipulados e contêm um ou mais ingredientes biologicamente ativos oriundos de alimentos naturais, que foram isolados ou purificados, tais como: vitaminas, minerais e ômega 3, reunidos e comercializados sob forma de medicamento”, explica.

Para os pets, a profissional explica que os nutracêuticos podem conter diversos compostos importantes que melhoram o sistema digestivo, pelagem e ativação do sistema imunológico, contribuindo para a melhora do quadro geral da saúde do pet, além de minimizar a incidência do aparecimento de doenças. “Todos os tipos de pets podem fazer uso de suplementações para aprimorar o funcionamento orgânico e estimular o sistema imunológico, como é o caso, por exemplo, do ômega 3, que deve ser fornecido a todos os cães e gatos desde filhotes”, orienta.

Assim como nos produtos industrializados consumidos por humanos, Bruna explica que mesmo com um critério rígido no processo de qualidade pode ocorrer a dificuldade do organismo em absorver os nutrientes importantes ao fortalecimento da pele e pelos. “Aliar o uso dos nutracêuticos à alimentação pode auxiliar na digestão dos alimentos, como é o caso da Bromelina, enzima presente no abacaxi que auxilia na digestão, ou o uso da planta espinheira-santa, que atua como antiácido, mas vale informar que não são todos que possuem essa função digestiva’, aponta a especialista.

Atualmente, Bruna explica que já se reconhece a importância do manejo alimentar para combater algumas doenças que induzem alterações metabólicas e funcionais, mas o uso dos nutracêuticos é recomendado se combinado com a alimentação natural. “A prescrição de substâncias benéficas, associadas em manipulado específico para cada caso, terá um resultado melhor se a alimentação for de qualidade e adequada às necessidades nutricionais do animal, promovendo um funcionamento orgânico melhor e, consequentemente, aprimorando a saúde”, informa Bruna.

Segundo a farmacêutica responsável pela área de pesquisa e desenvolvimento da Drogavet, Thereza Denes, entre os nutracêuticos mais demandados na empresa estão aqueles que tratam a obesidade ou anemia, distúrbios gastrointestinais, problemas dermatológicos e locomotores, disfunções hepáticas e renais, doenças neurológicas, imunidade, diabetes e até câncer, conclui a porta-voz.

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