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O mercado de aquarismo nos tempos de pandemia

O mercado de aquarismo nos tempos de pandemia

Criar peixes ornamentais é um hobby de aproximadamente 11 milhões de brasileiros, segundo os últimos dados do IBGE.

São muitas espécies que chamam a atenção pela exuberância das cores, tamanhos e a facilidade de criação.

O aquarismo é um nicho de mercado que se expandiu nos últimos anos e que, assim como outros segmentos do mercado pet, ganhou mais espaço na internet durante a pandemia da Covid-19.

Há quase duas décadas, o empresário Adalberto Jaworski atua no mercado de peixes ornamentais e há oito anos aproximadamente no comércio on-line de aquarismo.

A paixão pelos animais começou ainda criança e o que era um hobby se transformou em negócio. “Sempre fui apaixonado pelo universo dos aquários e peixes desde os meus sete anos de idade. Como sou ligado ao universo de TI (tecnologia da informação), atrelei a minha paixão aos meus conhecimentos e criei a minha loja virtual”, conta Adalberto Jaworski, proprietário da AcquaMundi, site especializado na comercialização de peixes ornamentais e outros itens para aquarismo e vice-presidente da Acquabras (Associação de criadores e aquaristas do Brasil).

Experiente na área virtual, Jaworski descreve o mercado da aquariofilia on-line algo sempre desafiador e cheio de altos e baixos. “Nosso setor é bastante complicado no meio virtual, a gente tem dificuldade de desenvolver fornecedores parceiros, pois existe ainda um paradigma de que tudo que é virtual não funciona como deveria e quando conseguimos muitas vezes não temos preço competitivo, pois o foco são as grandes redes de lojas. Outra questão é a concorrência com informais que aproveitam a facilidade para comprar em feiras e concorrem
diretamente conosco, mesmo não garantindo qualidade de animais e acessórios, explica Adalberto Jaworski. A tecnologia se tornou uma forte aliada para ampliar o negócio. “Apesar de todas as dificuldades, nós temos a facilidade dos grupos de WhatsApp, grupos de discussão dentro da associação que auxiliam criadores e aquaristas, exposições virtuais com premiação para peixes que atendem aos padrões mundiais, como exemplo o Internacional Betta Congress”, acrescenta o empresário.

Ainda de acordo com Adalberto, apesar das dificuldades do setor, com o tempo prolongado da pandemia, a cadeia produtiva de organismos aquáticos ornamentais foi privilegiada e obteve o crescimento de 5% somente em 2020! “Foi o pet que mais foi comercializado no ano passado. O motivo desse aumento é porque as crianças adoram peixes e a maioria fica intrigada em ver o comportamento do animal nadando, comendo e muitas vezes interagindo com o dono. É um mercado que vem se tecnificando com o advento da informação rápida e dinâmica e mais peixes, crustáceos, etc. são produzidos com mais cores, maiores, menores… ao gosto do cliente!”, complementa o vice-presidente da Acquabras.

O crescimento do segmento nesse período também é observado pelo representante da ABLA (Associação Brasileira de Lojas de Aquariofilia). Com a pandemia, o crescimento foi expressivo ao ano anterior. “No início da pandemia todo o setor da cadeia de comércio da aquariofilia não sabia quais seriam os efeitos da pandemia no mercado. Com a mudança da rotina da população, em que muitas pessoas passaram a realizar suas atividades profissionais na modalidade home office, muitos passaram a ter mais tempo disponível para seus hobbies como a aquariofilia, utilizando o tempo que utilizavam cotidianamente para se deslocar até o trabalho para se dedicarem à manutenção dos seus aquários.

Muitos aquariofilistas aproveitaram a disponibilidade de tempo para reformarem seus aquários, adquirindo novos insumos (ração, bombas, termostatos…) e peixes para o aquário, causando impacto direto na cadeia produtiva, onde chegou a faltar no mercado peixes ornamentais para fornecimento às lojas. Dessa forma, na verdade, a
pandemia reconectou aquaristas ao mercado, assim como impulsionou toda a cadeia de valores ligada a ela”, informa Felipe Weber, engenheiro de Aquicultura e assessor técnico da ABLA (Associação Brasileira de Lojas de Aquariofilia).

Ele relata que, por conta da maior disponibilidade de tempo por conta da migração dos trabalhos para dentro de casa, deu a oportunidade de as pessoas investirem mais tempo em seus hobbies e assim nasceram novos aquaristas. “Atualmente, cada vez mais o problema das pessoas é a disponibilidade de tempo para se dedicarem às atividades, como por exemplo o aquarismo. Por conta disso, os peixes ornamentais já ocupam internacionalmente primeira posição no ranking internacional de população de animais de estimação, pois o aquarismo evoluiu a ponto de termos diversas tecnologias disponíveis para manter os aquários em pleno funcionamento, como por exemplo alimentador automático, dosador de CO², sistemas informatizados que disparam alertas aos aquaristas para qualquer problema ocorrido, como por exemplo a queda da energia e a falha de bombas dos aquários. Dessa forma, com certeza a percepção e o conhecimento da possibilidade da utilização de novas tecnologias faz parte do contexto dos novos aquaristas”, relata o porta-voz da ABLA.

Muitas pesquisas atestam os benefícios da observação de um aquário. Uma delas, realizada na Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, comprovou que a observação de aquários ajuda no controle do estresse, tensão arterial, ansiedade e até no alívio de sintomas do Alzheimer. Não é à toa que comumente é possível ver aquários em
consultórios médicos, por exemplo. Eles ajudam a relaxar os pacientes, ainda mais se forem passar por procedimentos mais complicados, como uma cirurgia. Um estudo conduzido pela APPMA (American Pet Products Manufactures Association), nos Estados Unidos, mostrou que aquários, de fato, melhoram a produtividade e a moral dos empregados. Por isso, durante esse momento de isolamento social, o aquarismo também tem se tornado um santo remédio e, consequentemente, vem ganhando um aquecimento do setor. “A pandemia, com certeza, consolidou o aquarismo como uma das atividades mais importantes do segmento pet. Levando em consideração que o Brasil é o principal celeiro de espécies, e as novas normas publicadas pelo Governo Federal que ampliaram a capacidade de produção de peixes ornamentais, acreditamos em uma ampliação do setor, onde teremos certamente taxas expressivas de crescimento”, conclui Weber.

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