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Inflamação e câncer em pequenos animais

Inflamação e câncer em pequenos animais

A – Processo inflamatório crônico

Todos os dias, o organismo do cão e do gato está exposto a diferentes fontes causadoras de inflamação. A inflamação, por sua vez, tem sido identificada como a causa de diversas doenças, dentre elas, o câncer.

Atualmente, o conceito de tumor vai além da proliferação descontrolada de células mutadas, mas inclui o microambiente tumoral, sendo representado pelas células neoplásicas e elementos não neoplásicos do tumor, como as células estruturais, vasos sanguíneos e células inflamatórias. Desse modo, as células cancerosas produzem inflamação, com o objetivo de manter seu crescimento e nutrição.

 

B – Elementos do processo inflamatório crônico

As principais células inflamatórias relacionadas ao tumor são os macrófagos e neutrófilos. Neste ambiente, estas células apresentam reduzida função imune, promovendo multiplicação das células tumorais, inibição da morte das células tumorais e aumento do número de vasos sanguíneos para a nutrição do tumor. A liberação, a partir das células inflamatórias, de substâncias chamadas citocinas pró-inflamatórias, fatores de crescimento e enzimas influenciam no desenvolvimento tumoral.

Considerando a íntima e importante relação da inflamação com o desenvolvimento e manutenção do câncer, diversos estudos são direcionados para esta área. A enzima chamada COX-2, relacionada com processos inflamatórios e tumorais, pode estar presente em tecidos com lesões pré-neoplásicas e lesões consideradas malignas.

Tecido mamário ou cutâneo, por exemplo, com alta expressão de COX-2, levou a um aumento drástico no risco de desenvolvimento de tumor de mama ou tumor de pele, respectivamente. Algumas cadelas com tumores de mama expressando COX-2 em alta quantidade tiveram menor sobrevida, demonstrando que a inflamação foi prejudicial a este tipo de paciente.

 

C – Uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs)

Tendo em vista o tratamento oncológico, o uso de AINEs, associados ou não ao uso de quimioterapia antineoplásica, tem sido benéfica em tumores cuja atividade inflamatória está presente. Carcinomas espinocelular, também chamados de CEC, em cães e gatos, apresentam, na sua grande maioria, expressão de COX-2. Logo, alguns protocolos de tratamento preconizam o uso de inibidores de COX-2, seja diariamente ou uso em dias alternados.

As principais bases de anti-inflamatórios não esteroidais empregados na Medicina Veterinária de pequenos animais são o piroxicam, cetoprofeno, carprofeno, firocoxibe, mavacoxib, dentre outros. A dose, o período de uso e quando realmente utilizar será dependente da real necessidade clínica do paciente, mediante avaliação pelo médico-veterinário e baseado em trabalhos científicos.

 

D – Estresse oxidativo

O processo inflamatório é uma reação fisiológica do organismo na tentativa de combater o agente agressor, resultando nos cinco sinais conhecidos como dor, calor, rubor, edema e perda de função. Em processos agudos, esses sinais são observados de forma localizada. Entretanto, em processos crônicos, seus sinais são subclínicos e sistêmicos, envolvendo o sistema neuro-endócrino, o qual exerce mecanismos moduladores através de hormônios e de mediadores inflamatórios. Quando em equilíbrio com as outras funções celulares, a inflamação é autolimitante, porém, potencialmente leva ao estresse oxidativo.

O estresse oxidativo resulta na formação de radicais livres, a partir de processos fisiológicos como a respiração e produção de energia, ou patológicos como traumas, infecções, parasitas, radiações, hipóxia e toxinas. A condição de excesso de radicais livres pode resultar em lesões aos constituintes celulares e provocar lesões no material genético, alterando sua expressão e pode induzir a doenças crônicas como o câncer. O estresse oxidativo contribui para a inflamação crônica além de ser alimentado por ela.

 

E – Disbiose

O intestino é responsável por cerca de 70% da modulação imunológica e parte da absorção de nutrientes de um organismo, por este motivo é fundamental sua integridade e equilíbrio. Quando a microbiota intestinal se encontra em desequilíbrio, caracteriza-se a disbiose, a qual acarreta diversos malefícios ao organismo, incluindo a diminuição da vigilância imunológica por parte das células de defesa contra o câncer.

O desequilíbrio da microbiota intestinal é consequência do supercrescimento bacteriano seletivo, que pode ocorrer pela ingestão exagerada de determinado tipo de alimento ou pela eliminação parcial das bactérias pelo uso de antimicrobianos. Entre as bactérias presentes no intestino, irão prevalecer as que digerem os nutrientes disponíveis em maior quantidade e, consequentemente, seus metabólitos produzidos serão predominantes. Este desequilíbrio leva à formação exagerada de Lipopolissacarídeos de membrana (LPS) das bactérias mortas, que provocam reação inflamatória do organismo, podendo progredir para manifestação de diversas patologias.

Para o reestabelecimento da saúde intestinal promove-se primeiramente a remoção da inflamação subclínica com a retirada de possíveis toxinas, fungos, parasitas, protozoários, substâncias irritantes (conservantes, corantes, glúten e alimentos processados) e alérgenos. A etapa seguinte compõe a reposição eletrolítica e enzimática (enzimas digestivas), associada a dietas com nutrientes de alta biodisponibilidade e alto valor biológico. A terceira etapa constitui na reinoculação de bactérias probióticas para reequilibrar a saúde da microbiota do paciente. Por fim, a última etapa estabelece a reparação dos danos causados à mucosa intestinal e recuperação da imunidade com imunoestimulantes, prebióticos, antioxidantes e moduladores nutricionais da inflamação. Com esta abordagem o sistema imunológico é fortalecido e as doenças crônicas e autoimunes são consequentemente amenizadas ou prevenidas.

 

2. O uso de nutracêuticos para combate ao câncer

A – Nutracêuticos no paciente oncológico

Atualmente, tem-se empregado na Medicina o uso de nutracêuticos, considerados compostos bioativos presentes nos alimentos, desempenhando importante papel na saúde, humana e animal. Os nutracêuticos podem ser empregados durante o tratamento oncológico aumentando o potencial de ação de alguns quimioterápicos, reduzindo efeitos adversos e auxiliando o metabolismo celular.

Compostos como ômega 3, cúrcuma, substâncias antioxidantes, selênio, zinco, vitaminas C e E e probióticos são considerados nutracêuticos, com efeitos anti-inflamatório e antitumoral. Logo, podem ser empregados visando a prevenção de doenças em cães e gatos e auxiliando o tratamento.

 

B – Ômega 3

Ômega 3 é utilizado como nutracêutico que atua por competição nos receptores de COX-2, evitando perda muscular, age em processos inflamatórios, reduzindo a produção de citocinas pró-inflamatórias. O ômega 3 é formado por EPA (ácido eicosapentanoico) e DHA (ácido docosahexanoico). O DHA tem papel antitumoral, interferindo desde a carcinogênese e apresenta ação inibitória sobre as citocinas inflamatórias.

O Omegaderm da linha de produtos da Inovet é um suplemento nutricional que contém o ácido graxo essencial ômega 3 (60% de EPA e 40% de DHA) e possui três apresentações de concentrações de ômega: Omegaderm 30, Omegaderm 60 e o Omegaderm 90.

Especificamente o Omegaderm 90, um produto inovador no mercado médico-veterinário, possui 90% de sua composição de ômega 3. A administração diária de Omegaderm é indicada para promover a reposição de ômega 3 nas membranas celulares em busca do equilíbrio entre os ácidos graxos presentes nas membranas, sendo assim responsável por reduzir o excesso de ômega 6, prevenindo o processo inflamatório.

O Omegaderm é formulado com óleo de peixe refinado, garantindo alta qualidade e pureza, devido à importação da matéria-prima do Chile e da Noruega e à tecnologia para refinação e purificação para extração de agentes voláteis.

Quanto à embalagem, é a única opção que fornece quatro camadas de proteção contra temperatura, luz e umidade. Além disso, para menor retenção de umidade, seu processo de envase é em ambiente de nitrogênio e contém duas sílicas internas, com maior captação da umidade mesmo após a abertura da embalagem.

 

C – Antioxidante

As substâncias antioxidantes, com o objetivo de reduzir os efeitos do estresse oxidativo, responsável pelos danos celulares, são recomendadas aos pacientes com câncer. Selênio, betacaroteno, vitaminas C e E e zinco são exemplos de antioxidantes recomendados aos pacientes, em tratamento oncológico ou como forma preventiva, os quais estão presentes no produto Eoff da Inovet.

A cúrcuma, também conhecida como açafrão-da-terra, possui ação inibitória sobre o desenvolvimento do tumor, inibindo, também, citocinas inflamatórias.

O Eoff é um suplemento que contém componentes antioxidantes que atuam tanto na conservação de lipídeos presentes nas membranas celulares quanto em meios intracelulares e extracelulares, sendo exclusivamente indicado para o combate ao estresse oxidativo. Sua formulação tanto antioxidantes de lipídeos de membrana (vit. E, selênio e betacaroteno), quanto antioxidantes de meio extracelular (vit. C e zinco).

Sua apresentação em cápsulas gelatinosas facilita a absorção do suplemento no sistema gastrointestinal, garantindo mais eficiência. Além disso, sua embalagem também fornece quatro camadas de proteção contra temperatura, luz e umidade.

 

D – Probióticos

O uso de probióticos tem sido indicado aos pacientes na intenção de beneficiar a saúde da microbiota intestinal e ativação do sistema imunológico. A funcionalidade e a integridade da mucosa intestinal impedem a passagem de toxinas intestinais, as quais induzem inflamação crônica e desequilíbrio imune do paciente. Para tal ação é importante o uso de aditivos probióticos para suplementação animal de alta qualidade, como o Micro-lac da Inovet, composto pelas cepas Bifidobacterium lactis, Lactobacillus acidophilus e Enterococcus faescium.

O Micro-lac é exclusivamente à base de lactobacilos vivos, capaz de proteger a microbiota intestinal nos momentos de desafios e estresse, melhorar a conversão alimentar, o ganho de peso e aumentar a resistência orgânica dos animais. O fato de o produto não possuir aditivos, como vitaminas e minerais, proporciona terapia probiótica efetiva, pela garantia de que a concentração de cepas presentes na embalagem refere-se ao número real de microrganismos probióticos.

As três bactérias lácticas presentes no Micro-lac são capazes de prevenir, reduzir ou eliminar a colonização por bactérias patogênicas devido a três principais mecanismos: Exclusão Competitiva; Produção de ácido láctico e outras substâncias; e Modulação do Sistema Imunológico. Um dos principais diferenciais do Micro-lac, a cepa Bifidobacterium lactis, que além de ação nos três mecanismos citados tem importante ação anti-inflamatória e atua na digestão de compostos nitrogenados da dieta. Além disso, as cepas do Micro-lac são resistentes a antibióticos.

Como o tema é bem vasto, interessante e de grande importância quando o assunto é nutrição e doenças, o artigo foi dividido em duas partes, sendo que a segunda parte sairá na próxima edição.

 

Autores:

Dr. Andrigo Barboza de Nardi M.V. atuante na área de Oncologia. Professor no Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária da Unesp Jaboticabal. Pesquisador da equipe Master Minds Inovet.

Ma. Bruna Fernanda Firmo Doutoranda da Unesp – Jaboticabal – Coordenadora Comercial Omnilab, empresa responsável pela área comercial da Inovet.

Equipe: M.V. Ronald Glanzmann M.s.C Pós-graduado em nutrição clínica pela Uningá. Cofundador Inovet e Centralvet. Pioneiro no conceito de protocolos com suplementos terapêuticos no Brasil.

Dra. Rute Mercurio Nutricionista clínica Funcional, sócia-fundadora da empresa Ultrabem Cursos para prática clínica na área da saúde.

Dra. Karine Kleine Figueiredo dos Santos M.V. atuante na área de Nefrologia, vice-presidente do Colégio Brasileiro de Nefrologia e Urologia Veterinárias.

Dra. Flávia Tavares Manoel M.V. atuante na área de Endocrinologia e Metabologia, fundadora da ABEV (Associação Brasileira de Endocrinologia Veterinária).

Dr. Luis Fernando de Moraes Médico-veterinário e Nutricionista. Consultor técnico de produtos nutracêuticos e professor e coordenador do curso de nutrição funcional e medicina nutracêutica de cães e gatos e de diversos cursos de pós-graduação na Medicina Veterinária (Ibra, Bioethicus, Anclivepa, Qualitas, Iman).

Camila Pereira de Oliveira Coordenadora de Marketing Omnilab, empresa responsável pelo Marketing Inovet.

 

 

 

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