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Prescrição de ômega 3 - Como ela pode influenciar na saúde animal?

Prescrição de ômega 3 – Como ela pode influenciar na saúde animal?

Por apresentar efeitos extremamente benéficos à saúde, o consumo de ômega 3 via suplementos vem ganhando cada vez mais adeptos, tanto na nutrição humana quanto na veterinária, atuando tanto na prevenção quanto no tratamento
de doenças de diferentes origens, devido a sua ação anti-inflamatória e de proteção celular e tecidual.

Desde a gestação do animal, o DHA (componente presente no ômega 3) se faz necessário para que haja desenvolvimento e crescimento saudável de tecido encefálico do feto, prevenindo prejuízos na visão e no aprendizado do filhote, além de evitar possíveis alterações na função neurológica.

Ainda falando sobre o sistema neurológico, a suplementação de ômega 3 atua também na melhora da função cognitiva, auxilia na ação de medicamentos voltados ao tratamento de epilepsia e previne o aparecimento de alterações comportamentais. Isso acontece porque o DHA, presente no ômega 3, é extremamente abundante no tecido encefálico, representando 25% do conteúdo total de gordura presente neste tecido, mas que pode ir se
perdendo com o envelhecimento do animal ou com dietas pobres em ômega 3.

Na área da oncologia, a utilização de ômega 3 atua modulando a imunidade do animal, diminuindo
a produção de mediadores inflamatórios e otimizando a comunicação celular, ações que irão retardar o
crescimento e desenvolvimento de células tumorais, favorecendo no tratamento oncológico.

Na oftalmologia, a manutenção dos níveis de DHA na membrana fosfolipídica das células fotorreceptoras é fundamental para a prevenção e o tratamento de problemas de visão.

Já para animais que possuem dermatopatias, um tratamento que inclui a suplementação de ômega 3 é capaz de aumentar significantemente o controle da dermatite atópica, além de melhorar a aparência dos pelos do animal
por meio do controle da produção de mediadores inflamatórios e da sua capacidade de reorganizar os lipídeos que compõem a bicamada lipídica celular, promovendo células epiteliais e folículos pilosos mais saudáveis.

Agora, dentre as inúmeras opções existentes no mercado, o que podemos fazer para escolher a melhor opção de ômega 3 para os nossos pacientes?

Encontrar um equilíbrio entre o custo e o benefício de um suplemento de ômega 3 irá exigir tanto um conhecimento prévio de certas características específicas de um produto de qualidade quanto uma certa segurança em receitar uma dosagem adequada de suplementação, que garanta resultados satisfatórios sem que o tratamento pese no bolso
do tutor.

Para que um ômega 3 tenha qualidade, certas características como pureza, boa procedência e boas condições de conservação devem estar sempre presentes no produto escolhido.

Pureza e boa procedência

Por ser geralmente um derivado do óleo de peixe, o suplemento de ômega 3 pode apresentar contaminações características de rios e oceanos, que inclui a contaminação por metais pesados, por PCBs (policloretos de bifenila) ou por dioxinas (subprodutos industriais). Por isso é sempre importante que se procure nas embalagens por certificados de pureza, denominados MEG-3 (garante a qualidade da matéria-prima utilizada na fabricação do suplemento) e
IFOS (certifica uma nota máxima em testes relacionados à pureza, concentração e estabilidade química do óleo de peixe).

Conservação

O ômega 3 é um óleo facilmente oxidável; e é por causa disso que as embalagens deste tipo de produto devem ser especialmente pensadas para garantir a melhor conservação dentro do maior período possível, a fim de garantir uma vida útil maior ao produto. Como as cápsulas do suplemento geralmente são transparentes, embalagens que apresentam conservação eficaz são as opacas, que possuem mais de uma camada de proteção contra o calor e que possuem artifícios que diminuem a umidade dentro da embalagem, como sachês de sílica, por exemplo.

Além de uma boa embalagem, suplementos que contenham a adição de vitamina E geralmente apresentam vida útil mais duradoura, uma vez que esta vitamina é um importante componente que ajuda a evitar a formação de radicais livres resultantes de uma reação que quebra a molécula de ômega 3, ajudando a preservar o produto contra a oxidação e garantindo a qualidade do suplemento por mais tempo.

É importante ressaltar que devemos sempre nos atentar também à validade do produto, a fim de não receitar, comprar ou vender um produto oxidado, que geralmente apresenta um cheiro ruim.

Uma vez esclarecido que pureza, procedência e qualidade de conservação são características indispensáveis em um produto de qualidade, vamos entender agora como os diferentes tipos de concentrações de ômega 3 e a anamnese do paciente podem interferir no custo-benefício do produto.

Primeiramente, devemos ter os conceitos de ômega 3 bem esclarecidos na nossa cabeça. Quando um produto é denominado um suplemento de ômega 3, significa que ele terá óleo de peixe, geralmente em cápsulas, que contém uma determinada quantidade de ômega 3, concentração essa que pode ser de 30%, 60%, 90% e até 100% de ômega 3, dependendo do produto.

Para deixar este conceito mais claro, vamos usar o seguinte exemplo: Se formos administrar uma cápsula de ômega 3 de 1000mg que apresenta uma concentração de 30%, ofertaremos, na realidade, 300mg de ômega 3 ao animal, sendo que os 700mg restantes seriam compostos de outros tipos de óleos insaturados ou saturados, a depender do produto utilizado. Já uma cápsula de 500mg a 90% possui 450mg de ômega 3, sendo que apenas 50mg são provenientes de algum outro tipo de óleo. Portanto, produtos que apresentam mais miligramas nem sempre ofertarão uma maior quantidade de ômega 3, podendo apresentar também um maior custo-benefício.

Mas então eu sempre devo escolher a maior concentração de ômega 3 para tratar o meu paciente?

Não necessariamente. Da mesma forma que não é preciso dar um tiro de bazuca para matar um único pernilongo, nem sempre precisamos dar a maior concentração de ômega 3 existente no mercado para tratar comorbidades leves, certo? É por isso que uma boa anamnese associada a uma boa interpretação dos exames clínicos solicitados deve ser feita. Isso também irá garantir a escolha de um suplemento com bons resultados associados à satisfação do tutor com a possibilidade de um tratamento com um custo total mais baixo.

Outro ponto que devemos levar em consideração é a composição do ômega 3 em si. O ômega 3 possui em sua composição duas substâncias que exercem suas funções benéficas, denominadas ácidos eicosapentaenoico (EPA) e docosahexaenoico (DHA).

O EPA é a substância que estimula a produção de substâncias inibidoras de processos inflamatórios, como as prostaglandinas. Já o DHA é um dos principais componentes encontrados nos tecidos encefálicos, atuando na melhora dos processos cognitivos e garantindo a proteção e o funcionamento correto dos neurônios.

Além das diferentes concentrações de ômega 3, podemos encontrar também diferentes proporções de EPA-DHA no mercado, trazendo à tona uma dúvida frequente de qual suplementação de ômega 3 é a mais recomendada:

EPA + DHA ou somente DHA?

O que alguns estudos têm nos mostrado até o momento é que, quando o objetivo é a inibição do processo inflamatório, a opção ideal seria a utilização de suplementos com uma maior proporção de EPA. Já quando o animal apresenta uma comorbidade mais relacionada ao tecido neural ou ao tecido ocular, produtos com maiores quantidades de DHA são mais recomendados.

O fato é que tanto a concentração de ômega 3 quanto essas proporções entre EPA e DHA podem variar bastante dependendo do diagnóstico e do resultado esperado no tratamento, por isso devemos ressaltar mais uma vez a importância de uma boa anamnese associada a uma boa interpretação dos exames clínicos feita pelo médico-veterinário.

Logo, o ômega 3 é um suplemento bastante abrangente no que diz respeito aos casos que chegam na clínica veterinária, porém é necessário um bom conhecimento das características deste produto para que se possa escolher a melhor opção existente no mercado, garantindo dessa forma resultados satisfatórios no tratamento do animal, sem jogar dinheiro fora.

Dr. Luis Fernando de Moraes é médico-veterinário e nutricionista pela UNIP (Universidade Paulista), consultor técnico de produtos nutracêuticos, mestre em nutrição, professor e coordenador do curso de nutrição funcional e medicina nutracêutica de cães e gatos e professor de diversos cursos de pós-graduação na Medicina Veterinária (Ibra, Bioethicus, Anclivepa, Quallitas e IMAN). Equipe de apoio: Dr. Andrigo Barboza de Nardi: Médico-veterinário atuante na área de Oncologia. Professor no Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária da Unesp Jaboticabal. Pesquisador da equipe Master Minds Inovet. Dra. Flávia Tavares Manoel: Médica-veterinária atuante na área de Endocrinologia e
Metabologia, fundadora da ABEV (Associação Brasileira de Endocrinologia Veterinária). Dra. Karine Kleine Figueiredo dos Santos: Médica-veterinária atuante na área de Nefrologia, vice-presidente do Colégio Brasileiro de Nefrologia e Urologia Veterinárias. Dr. Ronald Glanzmann: Co-fundador e diretor de marketing e novos negócios da empresa Inovet; co-fundador e diretor comercial e de marketing da empresa Centralvet; médico-veterinário pós-graduado em
Nutrição Clínica pela Uningá – Ipupo/SBE – Sociedade Brasileira de Educação Farmacêutica e Nutracêutica; pioneiro no conceito de protocolo com suplementos terapêuticos no Brasil, já tendo realizado mais de 1.000 palestras sobre o tema nutrição clínica e suplementação terapêutica, atingindo mais de 20.000 ouvintes nacionais e internacionais.
Dra. Rute Mercurio: Nutricionista clínica funcional, sócia-fundadora da empresa Ultrabem Cursos para prática clínica na área da saúde. Dra. Laís Alonso de Souza: Médica-veterinária formada pela USP (Universidade de São Paulo). Coordenadora de Marketing Júnior na Omnilab – empresa responsável pelo Marketing da Inovet – Compromisso com a Vida. Daniela Marques Segatello: Estudante de Medicina Veterinária pela USP (Universidade de São Paulo) – estagiária de marketing da Inovet – Compromisso com a Vida.

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